- Daiane -
Acordei
mais cedo do que o normal este domingo, levanto visto alguma coisa, ao abrir a
porta sei que já á alguém acordado, pois sinto o cheiro do café vindo da
cozinha.
─
Nando, com certeza ─ murmuro para mim mesma.
─
Bom dia ─ ele me cumprimenta quando entro na cozinha ─ mijou na cama é?
─
Bom dia ─ respondo indo pegar uma xícara de café na cafeteira ─ abobado, uma
pessoa não pode nem acordar mais cedo no domingo para ficar mais tempo sem
fazer nada sem ouvir piadinhas?
─
Não quando a pessoa em questão começa o dia durante a semana quando para os
outros já é tarde ─ ele responde sorrindo, puxo uma cadeira e me sento.
─
Para a sua informação eu estou saindo mais cedo que você todo o dia de casa!
─
Não me diga que você é sonâmbula? Neste caso, só por que você acorda todo dia
de manhã na rua, não quer dizer que você acordou cedo.
─
É sério idiota, começaram os ensaios para o espetáculo ─ falo.
─
Ah, é? ─ ele fica sem jeito ─ e quando vai ser?
─
Mês que vem ─ respondo ─ e você por que é que gosta tanto de acordar cedo?
─
E, eu não gosto de acordar cedo, eu sou bom de cama... ─ ele para de falar
ainda mais sem jeito ─ não.... quero dizer... eu durmo bastante ─ ele gagueja ─
é que hoje eu acordei cedo para levar café na cama para minha mãe.
─
Como? ─ pergunto, até onde sei a mãe dele mora em alguma cidadezinha no
interior.
─
Digo, claro que não fui, não pessoalmente, meu pai ligou a webcam para nós
levarmos o café para ela, é uma coisa que sempre fazemos sabe, não queria que
este ano passa-se em branco!
─
É aniversario dela?
─
Não ─ ele fica me olhando sério, acho que decidindo se perguntei de brincadeira
─ é dia das mães ─ ele me fala como se fosse obvio, e na verdade era mesmo.
─
Ah desculpe ─ eu falo dando de ombros ─ nem me toquei, não sou ligada a essas
datas.
─
Como assim? Você não tem mãe? ─ ele me pergunta.
─
Não ─ respondo indiferente ─ ela morreu há uns anos, e... bem ela me odiava.
─
Ah ─ novamente ele fica vermelho, já faz quatro meses que o conheço e ainda
acho graça neste jeito dele ─ me desculpe, eu não sabia.
─
Não se preocupe ─ eu dou de ombros ─ já faz tempo.
─
Beijo mãe ─ Marcelo entra na cozinha na maior voz de quem acabou de acordar ─
feliz dia das mães.
─
Hora, hora ─ Nando começa a falar ─ já pensou se vira moda isso, os ursos
saindo da toca já cedo!
─
Shiii ─ Marcelo o cala com o dedo indicador levantado, mal desliga o telefone e
já esta em outra ligação.
─
Bença vó? ─ Marcelo começa a falar o telefone ─ feliz dia das mães, tomou o seu
remédio já? ─ pausa ─ ah que bom, bom liguei só para desejar um feliz dias das
mães e mandar um beijo, sim... não, é... hm sim. Ta bom... olha que chique...
ah então ta.
─
Manda um beijo para ela por mim ─ Nando pede.
─
Tá, beijo, até mais ─ Marcelo finaliza e depois desliga ─ foi mal disse alguma
coisa?
─
Você é tão infantil ─ Nando ralha com ele.
─
Água e sal de novo? ─ Marcelo nem ouve o que Nando diz ─ vocês não sabem que eu
não gosto de bolacha salgada?
─
Ai é que esta ─ falo ─ nós sabemos, mas não se importamos!
─
Ah ─ ele responde, nem ouviu isso também.
Me
levanto e saio da cozinha, no corredor encontro uma moeda de um real jogada no
chão, enquanto me abaixo para pegá-la ouço os sussurros de Nando eu fico
ouvindo..
─
Marcelo?
─
Hum?
─
Por que a Ane disse que a mãe dela odiava ela?
─
Pergunta para ela hora ─ Marcelo responde.
─
Eu não, isso parece que está além do nosso status de intimidade atual.
─
Vocês moram juntos, estão sempre grudados, parece até que são amigos de
infância, você vê as calcinhas dela penduradas no banheiro todo dia! Que tipo
de status de intimidade você acha que está?
─
Ah sei lá, esse assunto é meio complicado sabe, se minha mãe me odiasse eu
ficaria triste em falar no assunto.
─
Ué, eu perguntei sem problemas ─ Marcelo responde ─ pois bem, digamos que muita
gente não consegue aceitar que seus filhos sejam gays.
─
É por isso? ─ Nando volta a falar normal parece estar ultrajado ─ mas ela era
filha dela, como pode?
─
Me pergunto isso a mais de quinze anos ─ murmuro para mim mesma, me levanto e
continuo indo para o banheiro, lavo o rosto e escovo os dentes, quando me viro
para a privada ela, como sempre, está um nojeira, a tampa erguida e o chão pior
do que de rodoviária, a raiva me sobe da boca do estomago ─ AGORA JÁ CHEGA! ─
eu grito, saio do banheiro e vou correndo para a cozinha ─ Estou cansada disto!
─ pego Marcelo pelo colarinho ─ eu exijo o Tribunal!
─
Credo, mas por que desta vez? ─ ele pergunta.
─
Você sabe muito bem o por que! ─ o largo.
─
O que é isso? O que está acontecendo? ─ Nando pergunta assustado.
─
Você saberá, já que estará nele ─ falo para ele ─ hoje à tarde! Já sabe das
consequências se você não estiver lá!
Part
2
*****Mais Tarde*****
A
sala está toda arrumada, o sofá foi retirado do lugar e colocado em um canto,
quatro poltronas que maninhamos guardadas no porão do prédio colocadas no
lugar, a mesa foi para a sala e estava de frente para a porta da cozinha outra
poltrona atrás da mesa e ao lado uma banqueta parecida com a de dar comida aos
bebês do tamanho que desse para um adulto sentar e mais alta do que as outras.
Milena
esta ao meu lado, Marcelo esta sentado sozinho a cadeira ao seu lado está vazia
e Nando esta sentado no braço do sofá no canto da sala, a porta da cozinha se
abre.
─
Todos de pé para receber sua excelência, Dr. Marlon Thegrey ─ Marlon se
anuncia, ele veste sua beca de formatura na cabeça uma peruca como as que os
europeus usavam, não sei onde ele conseguiu aquilo, mas já a tem desde o
primeiro tribunal, ele leva muito a sério o personagem. Todos ficamos de pé,
Nando não sabe por que, mas nos imita.
─
Espero que desta vez seja justo este julgamento ─ Marcelo sussurra.
─
Não admito esse tipo de comentário na corte! ─ Marlon grita com uma voz grossa,
seus rosto é sério, ele já entrou no personagem ─ A justiça, é imparcial e...
Justa ─ ele começa a folhar os papéis que trouxe da cozinha ─ Parte de acusação
─ ele olha para mim ─ Daiane Monteiro! Quem ira te representar neste júri?
─
Milena Castilho excelência ─ Nando esta segurando o riso no canto da sala, o
resto de nós está sério.
─
Acusado? ─ ele olha para Marcelo ─ quem fará sua defesa?
─
Eu mesmo meritíssimo.
─
Tem certeza, podemos te encaminhar para a defensoria publica ─ Marlon faz sinal
para Nando que fica sério.
─
Não ele não serve para advogado, eu mesmo farei minha defesa.
─
A escolha é sua ─ ele pega outro papel ─ Daiane Monteiro, acusa Marcelo Tuk de
infringir a Terceira Lei, do parágrafo primeiro da constituição que rege este
apartamento ─ ele olha para Marcelo ─ Você nega a acusação de Porquiçe em um
ambiente comum?
─
Sim, excelência ─ Marcelo responde.
─
Protesto! ─ Milena grita se levantando.
─
Negado, a acusação ainda não tem a palavra!
─
É fiquem quietinhas enquanto os homens conversam!
─
Protesto! ─ gritou Milena novamente ─ isso é machismo.
─
Negado ─ Marlon bate o martelo na mesa, um martelo de brinquedo igual ao do
chapolim colorado, ele faz um barulho de bicho de pelúcia quando bate na
madeira ─ Continuando, sua cliente tem no que dar embasamento a essa acusação?
─
Sim ─ Milena se levanta ao falar ─ chamo ao júri Luiz Fernando Tuk, testemunha
de acusação!
─
Pois bem ─ Marlon olha para Nando ─ se aprochegue cá!
─
Quem eu? ─ Nando se assusta.
─
Há outro aqui? ─ Marlon resmunga.
Nando
se levanta devagar do sofá e vai para perto de Marlon.
─
Tome acento rapaz! ─ Marlon fala apontando para a cadeira ao lado de sua mesa.
─
A acusação tem a palavra! ─ Milena vai para perto da cadeira de Nando.
─
Você é Luiz Fernando Tuk? ─ ela pergunta.
─
Que pergunta é essa?
─
A testemunha deve responder as perguntas que lhe forem feitas, todas elas! Sem
exceção!
─
Hm sim ─ responde ele.
─
Qual a sua relação com o acusado?
─
Isso é mesmo necessário? Vocês estão loucos, isso esta começando a me assustar!
─
Este é o segundo aviso testemunha! ─ Marlon bate o martelo novamente.
─
Só responda as perguntas! ─ eu falo.
─
Ele, o Marcelo é meu primo, todos vocês sabem disso!
─
Você garante que sua ligação sanguinea com o réu não ira prejudicar a
veracidade de seu depoimento?
─
O que, não acho, vocês estão me deixando confuso pô! Tomaram o que no almoço?
─
Mas respeito testemunha! ─ o martelo bate na cabeça de Fernando agora.
─
Você garante? ─ Milena pergunta.
─
Sim...
─
Pois bem, você nega que ao entrar no banheiro logo após o réu ter o usado,
encontra o cômodo todo sujo?
─
Não ─ responde, Nando.
─
Isso é contra o decoro! ─ Marcelo grita levantando indignado.
─
Você nem sabe o que isso significa ─ eu estouro em gargalhadas.
─
Claro que sei! Ouço os advogados do escritório falando isso toda hora!
─
Isso não prova nada ─ falo para ele.
─
Ordem ! ─ Marlon bate o martelo na mesa novamente ─ ordem no tribunal ─ nós nos
calamos ─ Prossiga advogada.
─
Sem mais perguntas! ─ Milena volta a se sentar na poltrona satisfeita.
─
O que? não! ─ eu falo ─ temos mais perguntas sim!
─
O que mais? Ele já confirmou ─ ela me fala dando de ombros, Marcelo começa a
rir do nosso embate....
Part3
─
A defesa tem a palavra! ─ Marlon aponta para Marcelo ─ tem alguma pergunta para
a testemunha?
─
O que? Não! nós não terminamos! ─ eu grito ultrajada!
─
Sinto muito ─ Marlon se vira para Nando, Marcelo se aproxima.
─
Senhor Luiz Fernando! Você é homem?
─
Claro que sou horas bolas ─ Nando responde em um resmungo.
─
Onde você reside?
─
Como onde moro? Aqui neste apartamento!
─
Ah-rá! ─ Marcelo coloca o dedo indicador na frente do rosto de Nando ─ então
como pode acusar meu cliente, eu mesmo, de deixar o banheiro todo sujo? Até
onde temos conhecimento vossa senhoria em pessoa poderia ter deixado o ambiente
aquela nojeira que a acusação diz que meu cliente deixa!
─
Protesto! ─ eu grito.
─
Negado, a defesa apontou um fato concreto! ─ Marlon fala.
─
Mas isso é um absurdo! ─ tento novamente.
─
Negado!
─
Meritíssimo, eu chamo a Senhorita para a cadeira de testemunha! ─ Marcelo
recomeça.
─
O que? Não tem mais perguntas para o Luiz Fernando? ─ pergunta Marlon confuso.
─
Tenho! ─ falou ele ─ quero confrontar a estes dois! Sob a acusação de um complô
contra minha pessoa!
─
O que? ─ Milena bate no braço da poltrona ─ Protesto! O réu esta tirando o foco
do julgamento.
─
Bom, até agora o advogado de defesa e réu apresentou boas provas, Senhorita
aproxime-se da bancada das testemunhas ─ ele fala para mim, eu arrasto minha
cadeira para perto de Nando.
─
Isso é um absurdo! ─ falo ─ isso nunca foi feito! Não se pode...
─
Está com medo? Quem não deve não teme! ─ Marcelo sussurra para mim.
─
Eu não fiz nada! ─ sussurro de volta.
─
Veremos ─ Marcelo anda de um lado para o outro de frente das cadeiras ─ Você
poderia me dizer que tipo de relação tem com a testemunha numero um? Diria que
são íntimos o suficiente ao ponto de você o vê-lo fazendo o numero 1? ─ ele me
pergunta.
─
O que? Não, que nojento! Ele é como um irmão! Ou parecido!
─
Então você com isso afirma que, não pode ter certeza de que ele mija fora do
vazo ou não!
─
Sim, quer dizer não! Eu já entrei no banheiro depois dele, e estava tudo limpo.
─
Minha cara, isso, não prova nada!
─
Claro que prova!
─
Minha cara, deixe-me lhe explicar umas coisas sobre a anatomia masculina ─ ele
anda até minha frente ─ saiba que o orifício peniano, não é um canal reto! De
forma que não há como prever na maioria das vezes para onde irá a trajetória do
esguicho de urina! Muitas das vezes ela sai assim oh! ─ ele estende a mão para
frente o dedo mínimo e o polegar abaixados, o dedo médio erguido e os outros
dois dedos do meio a meio caminho nem abaixados nem juntos com o médio ficam os
três meio tortos, e faz um chiado com a língua.
─
Protesto! ─ eu grito.
─
Negado ─ Marlon dobra o corpo para a frente para me olhar ─ é verdade, é que
você não gosta, mas não sabe como é difícil lidar com a ferramenta aqui ─ ele
indica para baixo com a mão e revira os olhos.
─
Se isso é verdade, como é que o Nando consegue? ─ eu cruzo os braços e olho
para Marcelo com uma cara de “ Vai lá me prove que estou errada”.
─
Senhor Tuk, me responda, é verdade que quando criança, você limpava o chão do
banheiro com o papel higiênico para sua mãe não brigar que você mijou no chão
todo?
Nando
fica todo vermelho e calado.
─
Ai meu deus isso é tão nojento! ─ Milena resmunga da poltrona.
─
E nega que este é um habito que mantêm até hoje?
─
Eu não quero brincar disso! ─ Nando se levanta de sua cadeira.
─
A testemunha não tem permissão para deixar o recinto!
─
Bom acho que essa atitude responde minha pergunta, meritíssimo, sem mais
perguntas.
─
Bom ─ Marlon pigarreou ─ se a acusação não tem...
─
Um minuto! Isso não prova nada! ─ eu levanto da cadeira em um pulo ─ digo,
perdão excelência, mas eu tenho algumas perguntas a fazer para o réu.
─
Pois bem!
Marcelo
se sentou na cadeira das testemunhas com um sorriso vitorioso no rosto, Nando
esta no sofá emburrado.
─
Meritíssimo quero apontar alguns fatos que acabaram de se passar aqui ─ eu
continuo.
─
Hei eu sou a advogada aqui! ─ Milena se levanta.
─
Esta dispensada, eu assumo daqui ─ falo para ela, que se joga na cadeira de
braços cruzados emburrada igual a Nando ─ Como dizia, mas pode ter passado
despercebido por este jure, mas o réu acabou de se condenar!
─
Desculpe? ─ Marcelo fala confuso.
─
Ele próprio confirmou que todos os homens não conseguem prever todas as vezes
onde o esguicho vai parar, não é verdade?
─
Sim ─ Respondeu desconfiado ─ depois apresentou a hipótese de nosso outro
morador fazer o que ele próprio era acusado de fazer, mas logo em seguida ele
mesmo nos provou que o outro morador limpa sua própria sujeira antes de deixar
o banheiro. O que faz a culpa recair toda sobre ele! ─ falo triunfante!
─
Ela tem o seu ponto ─ concordou Marlon em um muxoxo.
─
E a respeito, da tampa que nunca esta abaixada quando o réu deixa o banheiro!
Vai me dizer que isso é algo que todos os homens fazem?
─
Eu nunca deixo! ─ fala Marlon.
─ Eu também não ─ Nando se pronuncia tímido
feito uma criança.
Eu
olho para Marcelo com uma sobrancelha erguida inquisidora.
─
Você mija sentado! ─ ele aponta para Marlon ─ você tem T.O.C! Não pode deixar
nada aberto! ─ ele aponta para Nando.
─
E você? Qual é sua desculpa? ─ pergunto para ele.
─
A ta bom eu confesso, sou eu, eu deixo a tampa aberta, por que eu sou rebelde,
eu passei a infância inteira ouvindo minha mão dizendo depois que eu saia do
banheiro ─ ele muda o tom da voz para uma imitação grotesca do que seria a voz
da mãe dele ─ “Marcelo você fez aquela coisa muito importante?” por que era tão
importante? Quando eu ia sentar para o numero 2 eu sempre via antes se estava
abaixada ou não, por que ela não poderia fazer o mesmo?
─
Sem mais perguntas meritíssimo ─ falo voltando para minha poltrona.
─
Pois bem, considero esse júri encerrado, anunciarei minha decisão em dois dias!
─
O que? ─ eu quase grito ─ acho que esta mais do que provado que ele é culpado!
Isso é...
─
Declaro Recesso! De Dois dias! ─ ele
bate o martelo uma vez mais na mesa e se retira para a cozinha.
Part4
******Em Dois Dias*******
─Venham
todos ─ Marlon ficou o dia todo sozinho no apartamento pediu a minha chave, e
agora quando chegamos ele nos conduz para o banheiro, estamos eu, Nando,
Marcelo e Milena, ele desenrola um papel pigarreia e começa a falar ─ Esta
aqui, na presença de vossas senhorias, a decisão soberana do Juiz Marlon
Thegrey, diante dos fatos apresentados durante o tribunal e a confissão do réu
Marcelo Tuk sobre o Xixi fora do vazo, eu o condeno a Serviços comunitários,
ele será responsável sozinho pela limpeza do banheiro, extinguindo assim o
rodízio previsto na Constituição que rege este apartamento.
─
O que isso não é justo! ─ Marcelo grita inconformado.
─
Sobre o problema da tampa levantada após o uso! ─ ele enrola o papel novamente
com um sorriso psicótico no rosto ─ me acompanhem ─ ele abre a porta. Nós
entramos no banheiro e até então não via nada diferente.
─
Aquilo é uma televisão? ─ Nando pergunta apontando para um monitor preto
pequeno que está instalado a um metro e sessenta na parede.
─
É! ─ Marlon concorda ─ Marcelo, pode puxar a descarga, por favor?
─
Hã? ─ Marcelo fica confuso.
─
A descarga! Puxe, e deixe a tampa levantada ─ Marlon o incentiva Marcelo da uns
passos em direção a descarga ─ Vocês vão ver! ─ Marlon fala esfregando as mãos
com um sorriso no rosto ele não se agüenta de entusiasmo ─ É genial.
Marcelo
aperta o botão da caixa da descarga. O monitor pisca e reconheço a mãe de
Marcelo se acendendo no monitor, e a voz dela soa dos cantos do banheiro.
─
Querido, fez aquela coisa muito importante?
─
AHHHHH ─ Marcelo grita de susto, todos nós explodimos em gargalhadas.
─
Então era por isso que você pediu o contato da tia! ─ Nando fala.
─
Você tem razão isso sim é genial! ─ falo.
─
Que brincadeira de mal gosto como é que desliga isso? ─ Marcelo é o único que
não ri, e a voz da mãe dele continua soando dos cantos do banheiro.
─
É só fazer aquela coisa muito importante ─ Marlon fala satisfeito.
Marcelo
abaixa a tampa que estava aberta e a voz se cala.
─
Bom meu trabalho aqui esta terminado ─ Marlon fala esfregando as palmas das
mãos, saindo do banheiro.
─
Ah Marcelo ─ Milena fala ─ lembrei agora, já era para ter perguntado há muito
tempo já, o que você estava fazendo na casa do Marlon na madrugada de carnaval
entrando lá com todas aquelas penas?
─
O que disse? ─ Marlon aparece novamente na porta como um suricate.
─
É eu estava indo viajar sabe, e vi ele saindo de lá, achei que seria um bom
tópico de conversação entre o grupo...