segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

As aventuras de um tímido, do garanhão, da lésbica, do sensível e de sua amiga gótica“. Season 01 Capitulo 02- A Aventura de Carnaval - (part 1)

Domingo 15/02 11h
Quarto girando, “Deus espero que seja o meu quarto”, não vejo nada esta tudo escuro, mas sinto o mundo girando ao meu redor, “ah carnaval” ainda não consigo lembrar de muita coisa, e sinceramente não sei se quero me lembrar.
Faço a contagem todos os músculos doem, a cabeça também braços pernas, glúteos, hm... “pelo menos estou inteiro”. Sento na cama e sinceramente não sei onde fica o céu ou a terra, abro a cortina a luz do sol queima minhas retinas, “Filho da...”.
Depois de se acostumar com a claridade identifico a paisagem, a parede de concreto do prédio vizinho, sim eu estou em casa, o estomago ronca, hora do café.
Dou uma ultima olhada para o quarto, e uma memória fica embaçada na mente, ela seria a resposta do por que meu quarto esta cheio de penas e lingeries femininas?
— Ah, olá? — pergunto em voz alta, nenhuma resposta, um arrepio percorre minha espinha “o que foi que eu fiz?”
Saio do quarto, não encontrei ninguém, chego a porta do Ap 11 B, penso em bater, mas eu já não preciso disso abro a porta, o garoto novo esta sentado no sofá com uma tigela de cereal, ele me olha com a colher a meio caminho de volta a tigela, esta de pijama e o cabelo bagunçado.
— Hã, Bom Dia? — cumprimento, o garoto resmunga uma resposta “Tão Rude” reviro os olhos, e vou até geladeira e me sirvo — Então Grande Festa ontem não? — Tento extrair alguma informação do rapaz sentado no sofá, “Ou pelo menos iniciar uma conversação” não obtive nenhuma resposta audível, quando volto pra sala tenho a resposta paro o silencio, ele esta dormindo com a cabeça para traz e a colher na boca — Ah — sorrio com malicia, saco o celular do bolso e começo a tirar fotos — Bem vindo a capital!
Depois de terminar com a minha tigela de cereal Fernando acorda assustado.
— O que? Onde? Como?
— Uol! Calma ai docinho.
— Ah acho que cochilei, quem é você mesmo?
— Marlon, O vizinho.
— Ah o inquilino que não paga aluguel — ele murmura.
— Ain, doeu — Falei em um muxoxo — Indireta recebida com sucesso SR. — respondo batendo continência, no momento em que uma moça loira vem do corredor ajeitando o vestido e causando os sapatos Chanel, olha assustado para nós — Bom dia! — falo eu, a face da pobre garota fica vermelha e ela deixa o apartamento sem dizer nada — Vadiazinha sem vergonha é falta de educação deixar os outros no vácuo.
— Indireta recebida com sucesso — respondeu Fernando ao meu lado, voltando a comer.
— Então, que festa ontem hein? — tento novamente.
— O que? O que foi que eu fiz? — ele me olha assustado.
— Calma ai guri, Fez nada não — “Que eu me lembre”.
Ouvimos risos vindos do corredor, outras duas mulheres vêem dos quartos, uma ruiva e outra morena.
— Muito bom dia senhores — falou a ruiva ao passar.
— “Dia” — respondemos em uníssono.
— Vadiazinha atirada — falo depois que elas batem a porta.
— É parece que Marcelo fez a festa ontem – falou Fernando sorrindo malicioso.
— É? – respondo animado, pensando que teria alguma resposta.
— Amigo, essas paredes não são tão grossas quanto parecem — ele me fala “ HAHA Marcelo, doce criança” — e a festa aconteceu no quarto ao lado ao meu — Fernando sorria girando a colher na frente do rosto, até que a gravidade age sobre ela que cai na tigela quando ele a solta no momento em que Marcelo entra pela porta.
— Rá! “Bem vindo à capital”, você é uma criatura vil, bicha — Marcelo esta mexendo no celular e esta com a jaqueta de couro que vagamente me lembro de ver ele no inicio da noite de ontem — Que noite hein? — falou ele socando meu ombro ao se sentar ao meu lado no sofá — como foi sua noite no paraíso? Dormiu com as Anjinhas?
— Anjinhas? — “Paraiso? Anjinhas? Bebedeira, memória apagada pelo álcool, Penas pelo quarto? Langeris femininas no chão, Não estou gostando com o caminho que este raciocínio esta me levando”
— A Ane ainda não chegou? — perguntou ele e gritando em seguida sem esperar a resposta — DAIANE ACORDA HORA DA CONTAGEM! Ela já chegou?
— AH, chegou sim — respondo.
Daiane vem do corredor na campainha de duas garotas do quarto e as leva para fora do apartamento minutos depois volta como se estivesse desfilando em nuvens sem dizer nada até se jogar no sofá entre mim e Fernando.
— Ai, Ai, não tem como você ficar com a faixa esse ano.
Pude ouvir o gemido que Fernando soltou, o som só seria pior se Daiane tivesse pisado no rabo de um filhote de cachorro.
— Own — eu abraço ele — Que gracinha! — os outros parecem não entender, e o garoto se debate tentando fugir do meu abraço é ai que percebo que estou sem camiseta.
Enquanto Nando se debatia, vi que Marcelo começava a se levantar gatunamente.
─ Onde pensa que vai? ─ pergunto soltando o garoto.
─ O que? Eu? ─ Marcelo pergunta se fazendo de desentendido “atitude muito suspeita Sir.” ─ Vou dormir a noite me desgastou...
─ Negativo ─ falei ─ eu preciso de respostas, e a hora de consegui-las é agora! ─ eu levanto do sofá e isso me causa vertigem ─ ui fiquei tonta.
─ Tonta você sempre foi Bi ─ Daiane se estica no sofá colocando as pernas em cima de Nando ─ bom eu acho que vou Bodiar ─ falou fechando os olhos.
─ Ninguém sai daqui antes de eu ter essa lacuna na minha cabeça preenchida ─ falei irredutível.
─ Transplantes de cérebro são impossíveis ─ falou Nando.
─ KA KA KA ─ falei ─ pois bem já que aprendeu a falar, que tal começar a contar sua história? ─ ele ficou olhando para a tigela de cereais por longos segundos em silencio.
─ Bom ─ ele começou ─ na verdade não lembro de muita coisa também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário