quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Tiro no escuro
Sou o lobo que corre na relva solitário. 
A neve começa a cair, mas eu não sinto frio.
Sou um lobo um predador, corro livre pelas planícies de gelo. Com O vento em meus pelos cinzas.
Não tenho matilha sou líder de mim mesmo,
Nada temo, sou dono de tudo por onde passo.
O vento me traz uma fragrância familiar, sinto o medo de minha presa,
Os capins a escondem, mas não por muito tempo, posso visualizá-la em minha mente.
Uma cabra das montanhas fico imaginando o que ela fazia tão longe das montanhas.
Já esta escuro a neve começa a ficar mais espessa, um balido chega aos meus ouvidos.
Meus caninos saltam da minha boca em um rosnado, a cabra solta mais um balido como se pedindo socorro.
Meus rosnado serve de deboche, o destino da pequena cabra já esta traçado, estou faminto, 
- Péssima hora para se perder – penso eu.
Avanço alguns passos na direção do som, minhas patas partem ramos secos soltos pelo chão, minha boca se enche de saliva mais um passo e minha boca fica muito pequena para tanta água.
O vento aumenta e com ele trás o cheiro do medo de minha presa agora mais forte do que nunca, dou um tempo para que ela possa em vão tentar fugir e avanço lentamente, ela por outro lado sabe que não adianta de nada e fica parada nem mais um som ela faz, mas o som forte de seu coração pulsando acelerado me atrai, mais um rosnado sai de minha boca.
O vento muda de direção e o cheiro do medo desaparece, em vez dele outro cheiro me veio as narinas meus pelos da nuca se eriçam, o cheiro que sinto agora é de fogo de sangue, cheiro de homem.
Viro a cabeça para onde o vento me trouxe aquele cheiro, a cabra aproveita minha deixa para escapar começa a correr, eu atraído pelo movimento dela saio em perseguição. Então uma explosão ecoa ate meus tímpanos, um trovão, um tiro no escuro.
Eu que não tinha medo nenhum aprendi o que era esse sentimento, corria agora sem saber se era por perseguição a minha presa, ou se fugia por que para minha vergonha agora eu havia se tornado presa.
Meu coração acelerou, pulsou meu sangue que até então corria frio, agora ficara quente como aquele que costumava pingar de minha mandíbula depois de degolar uma presa indefesa.
Agora descubro que não corro como predador, mas como presa, pois a cabra da montanha fica para traz como um vulto, um borrão atrás de mim. 
Corro veloz, o vento trás aquele cheiro de todas as direções, fico confuso não sei para onde correr, continuo correndo pra frente subindo uma colina o vento zunia em meus ouvidos, ouvia também atrás de mim algo sendo puxado na neve e mais tiros, a terra ao meu lado explode a neve derrete e água gelada espirra em meu pelo.
Chego ao topo da colina o vento lá em cima vem em todas as direções, e de todas elas o som de passos na neve eu escuto, algo queima em meu estomago e o sangue gela novamente, o predador em mim toma o controle, estava encurralado no topo de uma colina não iria morrer como um covarde.
Eu era um lobo um Rei nas planícies de gelo, um guerreiro solitário, a ira cresce dentro de mim e se espalha por todo meu corpo cada pelo se eriça, e foge de mim em um rosnado furioso os passos param.
Podia ver minha própria sombra que a lua cheia alta atrás de mim fazia na neve, e um uivo saiu de minha garganta. O uivo mais alto que qualquer som parecia que nenhum outro poderia o calar, mas assim como o para sempre só não é mais forte que o nunca mais, o som do tiro calou o lobo, esse lobo que era um guerreiro feroz um predador frio e calculista, um Rei que cometeu o erro de viver sozinho neste mundo(...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário