O vidro do ônibus embaçado pelo frio dos Campos Gerais me fez lembrar do
que minha mãe disse mais cedo “vai de calça, no ônibus é frio” eu ri dela “da
onde mãe olha o calorão que está aqui”. - #CONGELANDO!
— Por que não ouvi ela?.
Eu chego a rodoviária, e o ônibus para em um solavanco suave, as luzes do interior se acendem, e todos ficam em polvorosa para sair dele, a multidão vinda dos acentos de trás do ônibus cabine a dentro e depois escada abaixo. Parecia uma debandada, o que me lembrou de uma épica cena do Rei leão.
Espero o povo sair depois mais tranquilo, por fim pego o mochilão no bagageiro e me viro para o portão de desembarque fico ali paralisado por alguns momentos nunca tinha visto tanta gente junta desde que meu primo pisou em um formigueiro (ou seja eu nunca tinha visto tanta gente junta, pois do formigueiro saíram milhares de formigas e não pessoas - lógico) a estação rodoviária era um verdadeiro formigueiro humano, centenas de pessoas andando de um lado para o outro e dentre elas nenhuma conhecida.
Fui procurar alguém.
Por que mesmo eu fiz isso? #Fica-a-dica: quando você esta perdido não se mova do único lugar onde as pessoas que você procura sabem onde te encontrar, eu sai...
Moral da história: Fiquei perdido! Andei por corredores e saguões, corri de algumas testemunhas de Jeová e quase perco minha mala para uma velha maliciosa e ladra que aproveitou o momento de descuido meu. Ela ainda teve a audácia de me mostrar o dedo do meio.
Voltei ao guichê desesperado. Eu estava pronto para pedir uma passagem de volta quando ouvi. Uma moça falou por cima do barulho da multidão, a voz vinha dos alto-falantes da rodoviária.
— Sr. Luiz Fernando Tuk. Seu primo o espera na central de informação... (ela poderia ter dito também – “idiota se tivesse ficado parado não teria se perdido”).
Quando eu cheguei no corredor que levava a central de informação uma cabine de vidro, lá podia-se ver um balcão com um computador no qual a moça do auto-falante ficava e sentado em umas cadeiras a frente estava meu Primo Marcelo mexendo em seu celular quando ele desviou o olhar da tela do celular e me viu se levantou da cadeira dirigiu-se até a moça falou qualquer coisa para ela que sorriu, depois a beijou por cima do balcão e saiu.
— Ei primo! — gritou ele da porta — por onde você andou? Te procurei por toda parte, pensei que você tinha ido para a casa de novo — eu sorri nervoso.
— Estava te procurando também — falei agora ele já estava a poucos passos de distancia, quando ele saiu correndo em direção.
— Quanto tempo Nando — falou ele correndo de braços abertos em minha direção, “a não, não, não você não vai fazer isso... sim ele vai fazer isso” quando nós éramos mais crianças Marcelo sempre fora maior do que eu e quando nós nos encontrávamos ele sempre fazia o que ele estava fazendo agora diante de todos que passavam pelo corredor, ele me abraçara e erguera me deixando com metade do corpo para cada lado de seu ombro e me girava.
— É! bastante — respondi com o pouco do ar que tinha nos pulmões então ele me colocou de novo no chão.
— Como foi de viagem? — perguntou ele começando a andar.
— Foi boa...
— Santo cristo — praguejou ele — que mala pesada você trouxe sua mãe junto com você? — e gargalhou.
— Não — eu ri — então namorando é? Vai ser um alivio para sua mãe ela sempre achou que você fosse Gay — eu ri, mas ele ficou sério.
— Uol! Primeira regra do apartamento, sem piadinhas de Gays — ele me repreendeu — e não, não estou namorando, se esta se referindo aquela moça só estava retribuindo o favor que me prestou e ela era gostosa — ele riu dando de ombros —– vamos pegar o taxi para ir para casa nós temos muito o que conversar.
Quase uma hora depois nós chegamos ao apartamento se Marcelo.
“O condomínio” – algo que vou descrever depois, e principalmente, seus moradores.
- Lar doce lar – falou ele ao entrar pela porta, eu entrei logo atrás e joguei a mochila no chão e me sentei em um sofá ao lado de Marcelo – aqui é a sala – falou ele, eu reparei era bem espaçosa tinha uma TV LED um som um sofá em forma de L na estante nenhum livro “que pena” eu um canto um computador – ali nesta porta é a cozinha, do outro lado são os quartos o banheiro.
— Ual! — exclamei — bem grandinho até, isso que minha mãe me assustou que os apartamentos são uma fortuna aqui que provavelmente nós dividiríamos uma sala/quarto/cozinha.
— Mas ela não esta errada — falou ele ligando a TV — o aluguel aqui custa uma fortuna minha companheira de quarto paga a maior parte dele — ele falou, no momento que alguém gira a chave do outro lado da porta — a deve ser ela chegando, Ta aberta — gritou ele.
Então a porta se abriu, pareceu uma cena de cinema, em minha cabeça até uma trilha sonora tocou ao fundo, pela porta entrava a mulher mais linda que eu já vira na vida, morena de cabelos lisos e negros que se agitavam como se um vento sobrasse forte do corredor para dentro do cômodo, pele cor de chocolate, perfeitinha em um corpo escultural. Senti meu queixo caindo devagar, meu coração se acelerou, eu tinha me apaixonado a primeira vista, e então meu primo sussurra ao meu ouvido.
— Ela é Gay Nando — minha boca se fechou meu mundinho se quebrou como se fosse de vidro, até o barulho de um disco interrompido surgiu, ele se levantou do sofá.
— Daiane peguei mais uma na rodoviária hoje minha conta já fecha em 20 neste começo do ano — falou.
— pegou é? — falou a moça — que nota ela?
— uma 8.
— Até acredito — falou ela fazendo pouco caso, fechando a porta jogando e indo para o sofá.
— Não ta acreditando é? — meu primou fez a cena de um cara que esta sofrendo um ataque cardíaco, levando a mão ao peito — Nando conte a ela, que nota você daria a ela?
— 8 ou mais – respondi depois de um tempo.
— Ah Daiane, esqueci de apresentar, esse é o Nando meu primo que vai mora conosco.
Mais barulhos na porta. Então ela fica escancarada e um cara bombado cai de quatro, uma menina baixa toda vestida de preto e o cabelo azul petróleo montada em cima dele. Ambos brigando por algo nas mãos do rapaz:
— Devolve agora meu rímel!
— Não! Eu preciso para minha última peça de teatro...
— AH não vai devolver... — a garota pega um batom do bolso. Prende os joelhos nos braços do garoto numa pose para lá de quente. Tira a tampa e passa no rosto dele que grita inconformado. Satisfeita levanta decidida, arranca o rímel da mão dele e diz para mim um oi gélido e depois sai pela porta. O garoto balbucia algo atrás da maquiagem vermelha borrada. “É” penso “Vou gostar daqui”.
Eu chego a rodoviária, e o ônibus para em um solavanco suave, as luzes do interior se acendem, e todos ficam em polvorosa para sair dele, a multidão vinda dos acentos de trás do ônibus cabine a dentro e depois escada abaixo. Parecia uma debandada, o que me lembrou de uma épica cena do Rei leão.
Espero o povo sair depois mais tranquilo, por fim pego o mochilão no bagageiro e me viro para o portão de desembarque fico ali paralisado por alguns momentos nunca tinha visto tanta gente junta desde que meu primo pisou em um formigueiro (ou seja eu nunca tinha visto tanta gente junta, pois do formigueiro saíram milhares de formigas e não pessoas - lógico) a estação rodoviária era um verdadeiro formigueiro humano, centenas de pessoas andando de um lado para o outro e dentre elas nenhuma conhecida.
Fui procurar alguém.
Por que mesmo eu fiz isso? #Fica-a-dica: quando você esta perdido não se mova do único lugar onde as pessoas que você procura sabem onde te encontrar, eu sai...
Moral da história: Fiquei perdido! Andei por corredores e saguões, corri de algumas testemunhas de Jeová e quase perco minha mala para uma velha maliciosa e ladra que aproveitou o momento de descuido meu. Ela ainda teve a audácia de me mostrar o dedo do meio.
Voltei ao guichê desesperado. Eu estava pronto para pedir uma passagem de volta quando ouvi. Uma moça falou por cima do barulho da multidão, a voz vinha dos alto-falantes da rodoviária.
— Sr. Luiz Fernando Tuk. Seu primo o espera na central de informação... (ela poderia ter dito também – “idiota se tivesse ficado parado não teria se perdido”).
Quando eu cheguei no corredor que levava a central de informação uma cabine de vidro, lá podia-se ver um balcão com um computador no qual a moça do auto-falante ficava e sentado em umas cadeiras a frente estava meu Primo Marcelo mexendo em seu celular quando ele desviou o olhar da tela do celular e me viu se levantou da cadeira dirigiu-se até a moça falou qualquer coisa para ela que sorriu, depois a beijou por cima do balcão e saiu.
— Ei primo! — gritou ele da porta — por onde você andou? Te procurei por toda parte, pensei que você tinha ido para a casa de novo — eu sorri nervoso.
— Estava te procurando também — falei agora ele já estava a poucos passos de distancia, quando ele saiu correndo em direção.
— Quanto tempo Nando — falou ele correndo de braços abertos em minha direção, “a não, não, não você não vai fazer isso... sim ele vai fazer isso” quando nós éramos mais crianças Marcelo sempre fora maior do que eu e quando nós nos encontrávamos ele sempre fazia o que ele estava fazendo agora diante de todos que passavam pelo corredor, ele me abraçara e erguera me deixando com metade do corpo para cada lado de seu ombro e me girava.
— É! bastante — respondi com o pouco do ar que tinha nos pulmões então ele me colocou de novo no chão.
— Como foi de viagem? — perguntou ele começando a andar.
— Foi boa...
— Santo cristo — praguejou ele — que mala pesada você trouxe sua mãe junto com você? — e gargalhou.
— Não — eu ri — então namorando é? Vai ser um alivio para sua mãe ela sempre achou que você fosse Gay — eu ri, mas ele ficou sério.
— Uol! Primeira regra do apartamento, sem piadinhas de Gays — ele me repreendeu — e não, não estou namorando, se esta se referindo aquela moça só estava retribuindo o favor que me prestou e ela era gostosa — ele riu dando de ombros —– vamos pegar o taxi para ir para casa nós temos muito o que conversar.
Quase uma hora depois nós chegamos ao apartamento se Marcelo.
“O condomínio” – algo que vou descrever depois, e principalmente, seus moradores.
- Lar doce lar – falou ele ao entrar pela porta, eu entrei logo atrás e joguei a mochila no chão e me sentei em um sofá ao lado de Marcelo – aqui é a sala – falou ele, eu reparei era bem espaçosa tinha uma TV LED um som um sofá em forma de L na estante nenhum livro “que pena” eu um canto um computador – ali nesta porta é a cozinha, do outro lado são os quartos o banheiro.
— Ual! — exclamei — bem grandinho até, isso que minha mãe me assustou que os apartamentos são uma fortuna aqui que provavelmente nós dividiríamos uma sala/quarto/cozinha.
— Mas ela não esta errada — falou ele ligando a TV — o aluguel aqui custa uma fortuna minha companheira de quarto paga a maior parte dele — ele falou, no momento que alguém gira a chave do outro lado da porta — a deve ser ela chegando, Ta aberta — gritou ele.
Então a porta se abriu, pareceu uma cena de cinema, em minha cabeça até uma trilha sonora tocou ao fundo, pela porta entrava a mulher mais linda que eu já vira na vida, morena de cabelos lisos e negros que se agitavam como se um vento sobrasse forte do corredor para dentro do cômodo, pele cor de chocolate, perfeitinha em um corpo escultural. Senti meu queixo caindo devagar, meu coração se acelerou, eu tinha me apaixonado a primeira vista, e então meu primo sussurra ao meu ouvido.
— Ela é Gay Nando — minha boca se fechou meu mundinho se quebrou como se fosse de vidro, até o barulho de um disco interrompido surgiu, ele se levantou do sofá.
— Daiane peguei mais uma na rodoviária hoje minha conta já fecha em 20 neste começo do ano — falou.
— pegou é? — falou a moça — que nota ela?
— uma 8.
— Até acredito — falou ela fazendo pouco caso, fechando a porta jogando e indo para o sofá.
— Não ta acreditando é? — meu primou fez a cena de um cara que esta sofrendo um ataque cardíaco, levando a mão ao peito — Nando conte a ela, que nota você daria a ela?
— 8 ou mais – respondi depois de um tempo.
— Ah Daiane, esqueci de apresentar, esse é o Nando meu primo que vai mora conosco.
Mais barulhos na porta. Então ela fica escancarada e um cara bombado cai de quatro, uma menina baixa toda vestida de preto e o cabelo azul petróleo montada em cima dele. Ambos brigando por algo nas mãos do rapaz:
— Devolve agora meu rímel!
— Não! Eu preciso para minha última peça de teatro...
— AH não vai devolver... — a garota pega um batom do bolso. Prende os joelhos nos braços do garoto numa pose para lá de quente. Tira a tampa e passa no rosto dele que grita inconformado. Satisfeita levanta decidida, arranca o rímel da mão dele e diz para mim um oi gélido e depois sai pela porta. O garoto balbucia algo atrás da maquiagem vermelha borrada. “É” penso “Vou gostar daqui”.