quarta-feira, 11 de março de 2015

“As aventuras de um tímido, do garanhão, da lésbica, do sensível e de sua amiga gótica” Season 01 Capitulo 04– A ventura de páscoa (part 1).

Domingo 29/03 15h
- Marcelo -
“Como abro a porta?” raramente faço isso, bom verdade seja dita, eu Nunca fui fazer compras, meus braços estão ocupados com sacolas e mais sacolas, penso em dar uns coices na porta “deve ter alguém em casa”.
— Quer ajuda? — ouço a voz de alguém no corredor viro-me para ver quem seria tal anjo, mas o que eu vejo é só a cobra de saias, “Ah fazer o que né?”.
— Sim! Muito obrigado, eu não tenho como abrir a porta, se a senhora puder pegar a chave que esta aqui no bolso — eu estico a perna direita para que ela pudesse colocar a mão no bolso, ela fica meio receosa.
— Se isso for uma piadinha, seu herege...
— Não, não dona... — Deus como é mesmo o nome dela?
Ela se aproxima de vagar, no momento em que ela coloca a mão no meu bolso a porta se abre, bem no fim, sim tinha gente em casa e eu devia ter chutado a porta.
— GENTE!!! Você hein, ligeira dona, há quanto tempo quero estar com a mão ai e nunca consegui quanto pai nosso você rezou para conseguir isso? — Fala aquela bicha — Daiane o Marcelo tem mais uma para a conta ele ta levando um serviço de mão da velinha!
— Seu... Seu — A senhora estava decerto procurando algum xingamento bíblico que fosse realmente ofensivo — Reze para que Deus o ajude a se curar para salvar sua Alma do Inferno, sua aberração! E você seu... Tarado! 
Ela tira a mão do meu bolso e sai pisando duro pelo corredor.
— Me desculpe era o meu celular! — Grito.
— Cê tava querendo entrar? 
— Sim muito obrigado! E você não vai a lugar nenhum tenho que falar com você ─ digo ao entrar.
Entrei no apartamento Daiane estava sentada na sala assistindo Tv e me segue com o olhar enquanto eu vou para a cozinha.
— Que novidade é essa? — Pergunta ela — Nando vem vê fizemos rancho!
Os três me seguem para a cozinha e ficam vendo enquanto eu guardo as coisas — É sério vocês não vão me ajudar aqui? Ane como é que você consegue colocar tudo aqui dentro?
— Não, não... nós estamos bem aqui — Eles riem.
— Chedar? Vinho do Porto... é o que eu estou pensando? — Nando começa a falar.
— É o seguinte — me viro para os três que me fitam — Algumas mudanças vão acontecer aqui, pelo menos por uma semana.
— Que mudanças? — Daiane pergunta.
— Você, seja mais Homem! — Falo para Marlon — Você mais roupas — Falo para Daiane que estava com uma camiseta apenas e se estava com algum calção era tão curto que não aparecia — e agora você namora comigo, e você torça para ela lembrar seu nome desta vez — Falo para Nando — nesta casa não entra carne nas segundas quartas e sextas e principalmente na sexta feira santa nada alem de pão peixe e vinho...
— Cruzes alguém esta querendo impressionar a nova namorada, será que ela tem mãos tão boas assim? – Marlon sussurra para Daiane. 
— KA KA KA, Comentários como esse também não serão encorajados, minha avó vem passar essa semana conosco e vai ficar conosco até a páscoa.
— Vó? — Daiane olha de mim para Nando.
— Ele é o queridinho dela! — explica Nando mal humorado.
— A que é isso? não é culpa minha que ninguém gosta de você! — falo para ele — que bom que estamos entendidos — falo para todos.
— Oh, ele tem coração! — Marlon geme vindo apertar minhas bochechas.
— Outro parente seu? Desse jeito vou cobrar uma taxa extra de inquilinos de sangue seu! Aonde ela vai dormir? 
— No meu quarto.
— E você? Suponho que com sua namorada?
— Não, não! Vou dormir na sala.
— Ah ótimo, e mais uma coisa que história é essa de Sua namorada?
— Bom...
— Ele quer impressionar a vovó ─ Nando me interrompe.
— Hã, se tenho que ser namorada de alguém vai ser do Nando! — ela o abraça.
— Ta que seja posso dizer pra vovó que nos amamos e que prefiro sofrer dor de cotovelo ao ver meu primo sofrer, vai ser melhor ainda.
-Cruzes você mente até para sua avó?
- Eu não minto pra minha vó, pra ela eu invento histórias para que ela tenha mais orgulho de mim - murmuro - agora começamos a faxina!
— Ah não to fora! — Daiane sai da cozinha. 
— Eu fui! Tenho que me masculinizar, e faxina não é um jeito de fazer isso! — Fala Marlon saindo também.
— Não olhe para mim se quer dar uma de Maria fica a vontade, ela nem vai lembrar meu nome — Fala Nando dando de ombros.
Bem no fim eu tive que limpar sozinho o Ap.
— Ual, mamãe choraria se me visse assim — falo a mim mesmo quando me vejo no espelho estava com um avental florido e uma luva amarela que tinha achado na dispensa, nunca tinha visto ninguém usando, aquilo devia ser da moradora antiga — Só não sei se seriam lagrimas de felicidade ou de vergonha.
Entro na sala e tomo o controle da mão de Daiane.
— Hey! Que diabos pensa estar fazendo? 
— Colocando senha nos canais impróprios, nada de Womens Only pra você até Tiradentes!
— Pô, sacanagem!
— Vou precisar do seu carro emprestado — falo retirando as luvas.
— Por quê? – quis saber ela. 
— Tenho que buscar minha avó na rodoviária.
— Ué por que não vai de taxi igual quando foi buscar o Nando?... Ah “impressionar a Vó” saquei. Pode pegar.
O celular começa a vibrar, olho no visor “Daisy” minha chefe.
— Shii, é do escritório — dou as costas para Daiane e ela começa a procurar algo para assistir mudando os canais direto no receptor, pois o controle ainda estava na minha mão.
— Alô?
Marcelo querido, atrapalho?
“sim” penso.
— Não, pode falar Dona Daisy.
Dona nada, só Daisy viu, vou precisar de você no escritório, agora.
— Agora?
Sim foi o que eu falei, algum problema? A reunião dos diretores foi adiantada para hoje graças ao feriado, por que eles vão todos viajar já amanhã e só voltam depois da páscoa, gente rica é uma coisa, você vem não é?
... — Sim — respondo, O grandão entra no apartamento novamente — Só tenho que me arrumar.
Se apresse, e passe na padaria pegar os frios antes de vir. Fala ela e desliga.
— Droga! — Praguejei voltando para a Sala — mudança de planos, Vou ter que ir para a reunião da diretoria, e alguém vai ter que buscar a vovó na rodoviária — olhei para Nando que vinha dos quartos.
— Ih tenho aula do curso de literatura — ele me fala.
— Minha carteira ta vencida! — fala Daiane.
— Ah, por isso que o carro não sai da garagem faz dois meses?
— Bom verdade seja dita, no primeiro mês foi por que eu não achava a chave!
— E agora? — Pergunto meio que para mim mesmo.
— Não se preocupe o Homem da casa vai buscar a boa velinha — Fala Marlon enchendo o peito ao falar.
Eu me jogo no sofá, decepcionado — Já até sei o que ela vai dizer ao te ver... “Esse não é o meu neto”.
— Daí eu digo “ Vovó, eu mudei!”
Continua...

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