domingo, 29 de março de 2015

“As aventuras de um tímido, do garanhão, da lésbica, do sensível e de sua amiga gótica” Season 01 capitulo 07 – A Aventura de Páscoa (part 4)

ANTERIORMENTE EM AVDTGLSSAG: Marcelo, o Garanhão continua a procura de sua avó que está perdida na rodoviária de Curitiba, depois de seu primeiro plano para encontrá-la falhou, afinal era esperar muito da parte dele que um "ex-caso complicado" fosse o ajudar nesta tarefa, ele vai até a central de vigilância do local atras de informações, no que isso vai dar?:
(...)
- Marcelo-
Cheguei a central de vigilância que estava cheia de gente, uma mulher desesperada gritava:
─ Pelo amor de Deus, ela está doente, vocês tem que me ajudar a encontrar ela!
─ Calma, querida ─ um homem passou o braço no ombro dela e falava ao seu ouvido ─ Nós vamos encontrar ela.
─ Com licença ─ falei ─ eu preciso de ajuda, eu... ─ engoli em seco ─ perdi minha avó e...
─ Calma ai colega, vai ter que entrar na fila ─ respondeu um brutamontes que estava com um uniforme de segurança, a voz dele parecia um arroto de tão grossa.
─ Mamãe! Olha ─ falou uma garotinha que também estava na sala, ela apontava para um dos monitores que estavam na parede ─ é a vovó ali ô!
─ Ai meu deus, com o seqüestrador!
─ Atenção todos os agentes, temos um seqüestro em andamento, todos para o corredor três, cuidado vitima é uma senhora com Alzheimer, o suspeito parece ser perigoso, repito, todos os agentes para o corredor três ─ falou um homem barrigudo com camisa azul e gravata preta que tinha um radio preso ao ombro igual ao que os policiais usam.
O homem que havia falado comigo saiu da sala correndo junto com um outro do mesmo tamanho que ele, a mulher saiu correndo logo em seguida o homem que estava com ela foi de atrás levando a criança no colo.
─ Hã ─ eu pigarreei para chamar atenção do cara do radio que era o único que ainda estava na sala ─ com licença senhor, é que eu perdi minha avó mais cedo e...
─ Amigo não vê que estamos no meio de uma crise, aqui? ─ falou o homem que nem tirou os olhos do monitor.
Eu olhei para aquele monitor então, nele estava o numero 3 em verde no canto da tela, e a imagem de Marlon de braços dados com a dona Juraci.
─ Ai caramba! ─ Falei, os agentes que estavam a pouco na sala de vigilância apontavam seus cassetetes para Marlon que saiu correndo de braços para o ar.
─ Daí já conseguiu, encontrar a vovó? ─ ouvi a voz de Nando vindo de trás de mim, tinha recém chegado a sala.
─ Não, hei senhor mande os agentes pararem, eu conheço o rapaz ali, ele não seqüestrou aquela senhora, foi um mal entendido, não o machuquem ─ falei, o policial se virou na cadeira e olhou fundo nos meus olhos.
─ Oh pereira ta na escuta? ─ falou ele. Eu desviei o olhar para o monitor, na tela com o numero 5 estava Marlon imobilizado no chão.
─ Senhor? ─ a voz de arroto soou do radio em resposta, fora difícil ouvir o que ele dizia, pois alem da estática do rádio Marlon gritava desesperado “AHHHHHH ME SOLTEM, ALGUEM ME AJUDA! POLICIA, OS BOFES ESTÃO ME AGARRANDO A FORÇA”.
─ Pode trazer esse individuo pra cá, parece que houve um mal entendido, copiou?
─ Sim senhor! ─ agora mais fácil de ouvir a resposta, pois no lugar dos gritos de Marlon, bem ao fundo ouvi a voz de dona Juraci falando:
─ Eu me enganei filho, a Bete é minha filha não minha neta, que cabeça a minha, fique bem viu!
Pelo monitor vi que a velinha passava pelo lado de Marlon com toda a sua família. Alguns segundos depois os agentes trouxeram para a sala, ele resmungava:
─ Eu vou processar vocês por uso abusivo de violência! Eu sou um lírio sensível, seus ogros! ─ Daiane o calou com uma cotovelada na boca do estomago.
─ Muito bem! ─ aquele que parecia ter o comando ali disse ─ acho que vocês podem me explicar o que esta acontecendo aqui!
Depois de eu contar toda a história para ele, o comandante colocou as mãos no inicio do nariz bem entre os olhos e suspirou fundo.
─ Já estou quase no fim do meu turno, já são quase onze horas, eu não vou nem me dar ao trabalho de perguntar, como raios vocês conseguiram armar uma confusão dessas! ─ ele olhou para mim ─ que horas era o ônibus da sua avó?
─ Sete e quinze ─ gritou Marlon, Daiane deu mais uma cotovelada nele.
─ Quinze para as sete ─ respondi.
─ Muito bem ─ falou o guarda digitando no computador ─ horário difícil este, portão?
─ 12 ─ respondemos todos em uníssono.
Uma das telas se encheu com a imagem do portão doze, o relógio marcava 18:40, a câmera filmava de costas para a saída de passageiros e mostrava aqueles que estavam os esperando.
─ Ali vem a gente! ─ falou Marlon apontando para a tela, ele e Daiane apareciam andando como pingüins no vídeo acelerado ─ credo, não acredito que eu ando assim em publico, não é a toa que estou solteiro.
─ Não burro, todo mundo parece andar assim em câmeras de segurança ─ murmurou Daiane em resposta.
Os dois ficam parados por um instante depois começam a discutir, Daiane começa a falar no telefone e Marlon começa a pular feito uma cacatua, depois, Daiane se aproxima de um dos guichês.
─ A Daiane tava querendo te trair ali sabia, Nando? ─ falou Marlon.
─ Cala a boca ─ Daiane o repreendeu ─ e sobre isso ai, não quero mais brincar, não sou namorada de ninguém.
─ Ah não ─ Marlon teimou ─ foi você mesmo que escolheu, podia ter ficado com o Marcelo, mas não, ta certo que o Nando é meio charmozinho e tal...
─ Calem a boca os dois! ─ gritei, na TV eles apareciam segurando um papel com a escrita de ponta cabeça.
─ Agora sabemos por que dona Juraci não pode ler, vocês estavam segurando a placa de ponta cabeça ─ notou Nando.
─ Eu sabia que eu tinha que segurar aquilo ─ falou Daiane.
─ Mas é você... ─ começou Marlon.
─ Calado.
No vídeo, dona Juraci se aproxima deles fala qualquer coisa e eles seguem para fora do campo de visão da câmera, segundos depois vovó aparece.
─ Ali esta ela! ─ falou Nando reconhecendo ─ não sai daí vovó.
─ Nossa Daiane, como você foi confundir? A dona Juraci é simpática mais parecia ter uns trezentos anos, a vovó de verdade parece ser tão nova ─ Marlon sussurra, no vídeo vovó Cris para e fica olhando em volta, pega a placa do chão com o nome dela e fica parada. O vídeo se acelera.
─ E parece que ela continua lá ─ anuncia o guarda.
─ Boa vovó, é isso ai, nunca saia do único lugar onde as pessoas sabem onde te encontrar! ─ Nando explode de orgulho.
Eu saio correndo da sala em direção ao portão 12, o único lugar onde eu sabia onde encontrar minha avó e o único onde não procurei, mas que ela continuava a me esperar.
─ Vovó! ─ chamei ela que estava sentado em um banco de frente para o portão 12.
─ Marcelo! ─ falou ela levantando ─ eu sabia que você não tinha esquecido de mim, meu neto!
─ Não vovó, desculpe eu não esqueci, é que eu tive que trabalhar daí aconteceu um monte de outras coisas, e... desculpe ─ falei abraçando ela.
─ Tudo bem. Foram o que? só umas três horas sentada aqui ─ ela deu de ombros.
─ Vamos para a casa então? Essas são as suas malas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário