domingo, 15 de março de 2015

“As aventuras de um tímido, do garanhão, da lésbica, do sensível e de sua amiga gótica” Season 01 episodio 05 – A Aventura de Páscoa (Part) 2

ANTERIORMENTE EM AVDTGLSSAG:
Marcelo, o garanhão anunciou a seus amigos que sua avó viria passar a semana de pascoa com eles, e baixou ordens no apartamento, pouco tempo antes de ir buscá-la na rodoviária recebe uma ligação do escritório onde trabalha, ele teria que ir a reunião dos diretores da empresa e não iria poder apanhar sua avó...

Domingo 29/03 por volta das 18:30 Rodoviária de Curitiba.

 — Ok! Então como é mesmo que vamos encontrar a Divina senhora? — perguntou Marlon — Vamos ficar segurando aquelas plaquinhas com o nome da... ai meus deus como é mesmo o nome da vovó?
— Problema A, a plaquinha esqueci no porta luvas do carro, Problema B pensei que você tinha perguntado Cabeção — Daiane socou o braço do amigo.
— E agora? O que faremos? O Marcelo vai nos matar...
— Calma! Calma, vamos pensar... Nando!
— Hã... não muito masculino.
— Não, bocó vou ligar pro Nando, ele deve saber.
— Boa, faz isso.
Primeiro toque... segundo toque... terceiro toque... caixa de mensagem.
— Droga não ta atendendo.
— O que, qual é a hora do ônibus?
— Não sei, quinze para as sete cala a boca.
Primeiro toque... segundo toque... terceiro toq...
Alô! Diga rápido to na aula, não posso falar.
— Ah Nando graças a deus, viu só me responda qual é o nome da tua avó?
— Ele atendeu? Ah gloria ele atendeu — Marlon começou a pular de alegria e abraçou um turista que passava por ali.
Cristalina. Mais alguma coisa?
— Não, Obrigado, Problema B resolvido agora o A...
— Vamos lá no carro se é as Quinze para as sete nós temos tempo.
— Mas tu é burro mesmo né? Não tem plaquinha nenhuma.
— Ah!
— Vamos — falou ela andando para um dos guichês de informação — Boa noite, eu preciso de dois papeis e uma caneta, será que você pode me ajudar?
— Claro — a moça de trás do guichê passou as folhas.
— Agora o seu telefone talvez...
— Jesus, direta assim? — falou Marlon, a moça sorriu.
— Hm quem sabe, o que vocês fazem aqui?
— Ah viemos, buscar a avó do namorado dela, e se nós não nos apresarmos nunca mais achamos ela aqui nessa muvuca.
A moça arqueou as sobrancelhas, Daiane rangeu os dentes — Longa história — falou para a moça, e escreveu no papel Dona Cristalina — E o telefone? Rola assim só por curiosidade — a moça revirou os olhos — Não? ta obrigado — agradeceu ela e depois virou para Marlon ─ Eu mato você... qualé fica me atrasando.
— Hey se eu posso bancar o hominho você vai se comportar.
Daiane não respondeu nada, quando anunciaram que o ônibus da vovó tinha entrado no portão 12. Os dois se posicionaram na saída das portas de vidro dos portões segurando a plaquinha de ponta cabeça.
**********************Em quanto isso na sala de Justiça*******************
- Marcelo -
Cheguei ao escritório, tinha subido a sala de reuniões, deixando o “Lanchinho” dos diretores, aproveito e pego uns dois sanduíches daqueles para mim quando ouço alguém no andar de baixo, desço as escadas com a boca cheia. 
— “Broa Noite” — Cumprimentei dona Daisy, com a boca cheia, ela não respondeu, estava sentada em sua mesa, não dei bola e fui para a mesa do café.
— Boa noite Marcelo! — Falou ela quando voltei — nossa Marcelo, veja só como você é! Chega não cumprimenta, nem pergunta se eu melhorei da minha gripe! Que consideração! — eu a olhei sério pensando que ela estava brincando, mas ela não estava.
— Olha dona Daisy, veja bem, eu nem sabia que a senhora estava gripada e segundo, eu não pergunto isso nem pra minha mãe — “não, não, grande erro, Grande erro”.
— Escute aqui moçinho... — A porta se abre os diretores começam a entrar “ufa, salvo pelo gongo”. 
****
─ Uso de uma placa no banheiro dos funcionários para controle do uso da água ─ eu leio em voz alta a pauta da reunião ─ o que significa isso? ─ pergunto para mim mesmo.
─ Vão ser instalados uns quadros nos banheiro dos funcionários ─ responde Dona Daisy de trás de mim ─ cada funcionário ao utilizar o banheiro para digamos, o numero 1 marcará um risco no quadro, o terceiro que usar da a descarga.
─ Por que isso? ─ pergunto ─ isso não é sei lá anti-higiênico? 
─ Sim, mas precisamos economizar água, não vê que lá em São Paulo, eles estão sofrendo com a estiagem ─ explica ela.
─ Mas o que é que a falta de água lá de São Paulo nos afeta aqui no Paraná? ─ pergunto ainda confuso.
─ Hora Marcelo, não faça perguntas estúpidas, eles não tiveram que usar energia termoelétricas por lá, e a presidente não fez nós pagarmos a conta? Antes que ela tenha a idéia de fazer o mesmo com a água, estamos tomando medidas de precaução. Bom que os diretores façam isso antes que tenhamos que reduzir o quadro de funcionários para pagar a conta de água e luz. Bom está tarde, vou indo, não se esqueça de fechar tudo ao sair.
Espero dez minutos então deixo tudo como está e vou para casa.
Chego ao prédio a tempo de pegar o elevador com Nando.
─ Sobe? ─ falou ele segurando a porta.
─ Obrigado ─ agradeci entrando ─ como foi a aula?
─ Foi nor...
─ Ah será que aqueles dois já chegaram com a vovó? ─ ele não responde, o elevador chega ao nosso andar, e eu corro para a porta, mas antes de abri-la eu paro.
─ O que foi? ─ quis saber Nando.
─ Acho que você entra na frente! ─ Falei me virando para ele, que revirou os olhos.
─ Ah tanto faz ─ falou ele esticando a mão para a maçaneta, eu instintivamente dei um tapa na mão dele.
─ Não espere ─ falei ─ Como é que eu estou? 
─ Horrível como sempre podemos entrar? ─ Ele responde, girando a maçaneta e abrindo a porta.
─ Ah eles chegaram! ─ Ah voz de Daiane nos recepciona, vejo um vulto correndo para a direção de Nando, um vulto que reconheço como sendo ela, que cumpriu sua promessa, vestia jeans e uma blusa de moletom, desvio o olhar dela quando Daiane esta com os braços envolta do pescoço de Nando, então meus olhos percorrem a sala.
─ Então conseguiram pegar a minha avó? ─ pergunto para Marlon que estava encostado na parede de braços cruzados fazendo uma cara de mau ao lado de uma senhora que estava sentada no sofá.
─ Como é que é?─ Daiane solta Nando ─ É ela ali, não é?
─ Do que você esta falando eu nunca via aquela senhora na vida ─ falei minha face começa a pinicar, sinto que esta ficando vermelha.
─ Hã? Tem certeza? ─ Marlon desfaz a careta e arregala os olhos ─ Venha ver mais de perto!
─ Eu conheço minha vó a vida toda, não acha que eu reconheceria ela?
─ O que, não é ela? ─ Daiane pareceu confusa ─ Credo, fiz toda essa cena por nada!
─ Que história é essa minha senhora ─ Marlon se vira para a senhora, cruzando os braços e batendo um dos pés no chão como uma mãe querendo a explicação para um mal feito do filho, a senhora abriu um longo sorriso amarelo ─ esse não é seu neto? ─ perguntou ele.
─ Acho que devo falar não filho, HEHE ─ Marlon da um gritinho histérico e se vira para mim apavorado.
─ Não, não, não.... ─ eu começo a murmurar ─ me digam que vocês estão zoando comigo e minha avó esta escondida na cozinha.
─ HEHE ─ Daiane se vira para mim ─ Acho que devo falar não filho.

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