terça-feira, 28 de abril de 2015

“As aventuras de um tímido, do garanhão, da lésbica, do sensível e de sua amiga gótica” Season 01 Capitulo 11,12,13 – A Aventura do Sequestro.


- Daiane -
─ Ai, cabeça doendo ─ murmuro ─ Porque isso sempre acontece quando eu acordo? ─ eu estou com as mãos na cabeça ─ Será que tenho que procurar um médico, será que é câncer, será que a Cris me contaminou?
─ Béeee ─ Marlon grita ao meu lado imitando o som de uma campainha desses game shows quando o participante erra a resposta ─ Que sorte a sua, acordei meio médico hoje ─ eu o olho por entre os dedos, ele finge olhar uma planilha ─ Dor de cabeça ao levantar ─ ele coça o queixo, depois bate na mesa com as duas mãos levantando da cadeira aproxima seu rosto do meu e fala ─ A senhorita já tentou acordar mais cedo? Dormir menos?
─ Idiota! ─ eu o empurro, ele sorri. Olho para o relógio já são quase onze e meia.
─ Bom dia ─ Marcelo entra na cozinha.
─ O que faz aqui? ─ eu pergunto olhando novamente ao relógio para ter certeza que eu vi certo ─ Você não deveria estar no trabalho?
─ Me colocaram para fazer serviço de rua hoje ─ ele se senta em uma cadeira, se vira para Marlon ─ que cheiro estranho ─ ele chega mais perto ─ é você?
Marlon o olha ofendido, e sai do apartamento sem olhar para ele.
─ Malvado ─ eu resmungo.
─ O que eu falava? ─ ele para por um minuto ─ ah, sim! Me mandaram no banco, estou na fila ainda ─ ele sorri malicioso ─ depois eu vou no banco aqui da frente, o Nando já chegou?
─ Não sei ─ respondo.
─ O que temos para o almoço? ─ ele pergunta.
─ Rá, você trouxe algo junto contigo?
─ Não ─ ele levanta e começa a revirar a geladeira ─ o que foi isso? ─ ele olha para a sala, eu também ouvi ─ foi um ronco?
─ Foi ─ saímos correndo para a sala, uma pessoa esta de bruços no sofá, esta todo sujo e roncava alto, olho para os lados e focalizo Marcelo com o escorredor de louça nas mãos ─ Sério?! ─ eu falo para ele ─ esse foi o objeto mais ameaçador que encontrou?
Ele começou a fazer uns sinais com as mãos, e sussurra algo inteligível.
─ O que?
─ Vai ver quem é ─ ele resmunga ─ te dou cobertura.
─ Que cavaleiro ─ eu reviro os olhos.
─ Ninguém pode saber que eu estou aqui lembra? Estou dando nó no serviço.
Eu vou ver quem é o cadáver no sofá, quando o cutuco, Nando pula do sofá gritando.
─ Cara que susto! ─ eu grito Marcelo aparece na porta da cozinha.
─ Quem é? ─ ele pergunta.
─ Obrigado pela cobertura ─ ele vem com o peito inflado.
─ Eu sabia que não tinha perigo algum ─ “mentiroso, cagão na certo reconheceu o Nando agora.” ─ o que faz aqui? ─ ele pergunta.
─ Ta chovendo a obra parou, tenho à tarde de folga.
─ Você está puro um zumbi primo ─ Nando esta todo coberto de cimento e parece que ainda não acordou.
─ Se tem uma coisa para qual eu não sirvo, é construção civil ─ ele fala meio dormindo.
─ E por que não para? ─ ele ficou procurando por emprego desde o carnaval, e o único que tinha encontrado era como pião em uma construtora.
─ Não posso ─ ele se endireita no sofá ─ não quero ficar dependendo da minha mãe, ou vivendo da caridade de vocês para sempre.
─ Não vai ser para sempre ─ eu começo ele ergue uma mão para me calar ─ pense nos seus estudos... ─ tento então.
─ Já que você não vai trabalhar, posso comer isso? ─ Marcelo já está comendo o que seria o almoço de Nando.
Passado das uma da tarde, Marcelo se levanta do sofá.
─ Vou trabalhar ─ fala ele, Nando esta dormindo na sala mesmo, nem almoçou, meia hora depois, ouço barulho de tiros vindos da rua, Nando se acorda assustado.
─ Ai meus deus, é tiro! ─ Marlon entra correndo no apartamento gritando, mais tiros ecoam pela janela ─ Caramba a janela esta aberta! ─ ele vai correndo fechar, depois volta correndo e se joga no sofá.
─ Por que você fechou a janela loco? ─ pergunto.
─ Por quê? ─ ele quase grita ─ não imagina o perigo? Já pensou se entra uma bala perdida por ali? ─ eu e Nando nos entreolhamos.
─ Você sabe que a bala iria entrar aqui mesmo se ela estivesse fechada não sabe? ─ Nando pergunta, Marlon ri nervoso.
─ É claro que eu sabia... sei, espere... Quase me enganou,  ─ ele senta no sofá, parece estar confuso ─ gente mais foi perto daqui, ─ eu olho para a TV, na tela imagens aéreas da rua onde fica nosso prédio, com a manchete “Roubo a banco em andamento”.
─ Você nem imagina o quanto ─ respondo.
─ Hei ─ Nando esfrega os olhos ─ essa não é a nossa rua?
─ É sim ─ concordo, a imagem se aproxima e corta para uma câmera terrestre, as primeiras viaturas de policia já estão cercando a área, a imagem da TV focaliza dentro da agencia bancaria.
─ Aquele lá é...
─ O Marcelo! ─ nós três reconhecemos, pode-se ver a imagem de pelo menos quatro pessoas encapuzadas e armadas, no meio delas estava Marcelo, a imagem não tinha o áudio do interior da agencia, mas nem precisávamos disso para saber que ele gritava, ou melhor berrava desesperado.
─ Meu primo ─ Nando murmura para a TV ─ um exemplo de coragem.

Part2
─ Ai meu deus ─ Marlon coloca a mão a frente da boca ─ Vou ligar para ele.
─ No mínimo tiraram o telefone dos... ─ Nando começa a falar,a imagem de Marcelo na TV para de gritar, e começa a remexer no bolso.
─ Alô ─ Marlon fala ao celular ─ Marcelo?
─ Ele atendeu? ─ Pergunto.
─ Shii ─ Marlon me cala ─ Docinho você está na TV.
─ Põe no Viva-Voz ─ Nando Fala.
─ Sim, de um tchauzinho! ─ Marlon continua a falar ignorando Nando ─ você está? aqui não apareceu, e depois dizem que é ao Vivo ─ eu tomo o celular da mão de Marlon e coloco no viva-voz, quando a imagem de Marcelo começa a acenar para a câmera ─ Ah! O Marcelo da TV começou a acenar pra nós gente ─ Marlon começa a acenar de volta.
─ Mas agora eu não estou acenando ─ a voz de Marcelo fala do telefone.
─ Que negocio mais furado isso ─ Marlon cruza os braços.
─ Primo como você está? ─ Nando corta o assunto aflito.
─ Ah, Nando eu estou no viva voz? ─ ele pergunta ─ estou mesmo aparecendo na TV? O que eu estou fazendo agora? ─ na TV um dos bandidos começa a se aproximar de Marcelo.
─ Tem gente vindo ─ eu falo no mesmo instante que uma voz feminina fala ao fundo na linha.
─ Olha vejamos aqui ─ fala a voz ─ temos um querendo bancar o herói e falando com a policia?
─ O que? ─ Marcelo parece assustado ─ não, eu estou falando....
─ Não acredito! ─ a mulher responde interrompendo ─ Marcelo?
─ Hum, desculpe? Nós nos conhecemos...
─ Oh sim! ─ a mulher fala podia jurar que com um sorriso frio.
─ Desculpe não estou reconhecendo sua voz, sabe eu geralmente evito manter relações com criminosos....
─ Não está me conhecendo? ─ a pessoa tira o capuz, parece uma mulher morena, pela imagem da TV não da para ter certeza.
─ Hum ─ Marcelo fica parado olhando para a figura a sua frente.
─ É claro que não conhece, típico...
─ A louquinha !Não é? Hã...como é mesmo o nome? ─ eu quase me lembro esta na ponta da língua, Marlon chega mais perto da TV.
─ Scheila? ─ ele me olha com as sobrancelhas franzidas.
─ Mas é claro que conheço ─ Marcelo fala cheio de segurança ─ É Scheila não é?
─ Você se lembra?! ─ ela parece emocionada ─ não importa ─ ela volta a falar brava ─ Isso não concerta as coisas eu encontrei outra pessoa, uma que me da valor.
Porra Scheila ─ uma outra voz fala do outro lado da linha, embora mais grossa ainda feminina, essa me soa estranhamente familiar ─ Como é que você me tira o capuz esse lugar ta cheio de câmeras!
─ Hã desculpa, mas é que parece que estamos na TV! ─ Marcelo fala.
─ E quem é você? ─ a segunda voz pergunta.
─ Esse é o meu ex ─ Scheila fala.
─ Agora eu estou conhecendo ─ a segunda voz fala ─ é aquele pulha do Marcelo não é?
─ É Sim ─ Scheila fala ─ ele é que está com a policia no telefone.
─ Como é que é? ─ a segunda voz fala arrancando o telefone de Marcelo com violência ─ Alô! ─ um arrepio agourento percorre minha espinha.
─ Hum, Aline?! ─ eu respondo, o nome dela surgiu na minha mente.
─ Como raios você sabe meu nome? ─ ela grita ao telefone, na mesma hora eu desligo o telefone.
─ Bom ele vai se safar não é? ─ falo, de repente a TV parece tão interessante.
─ O que? ─ Nando quase grita ─ você desligou?
─ Sim, e... ─ o telefone começa a tocar novamente, é o numero de Marcelo, eu desligo.
─ Qual é?! Me passa o telefone aqui, quero saber como está o meu primo!
─ Bom acho que todos nós pudemos ver que ele está em uma bela de uma enrascada ─ Marlon fala, o telefone começa a tocar novamente Nando o toma de minha mão.
─ Alô ─ fala ele ─ Fernando o primo daquele que está seqüestrado ─ uma pausa ─ sim a Daiane esta aqui ─ ele fala me olhando ─ não ela não vai falar com, seja lá quem for você, eu quero falar com o meu... ─ uma pausa ele arregala os olhos, fica por um segundo em silencio e depois abaixa o celular.
─ O que aconteceu? ─ Marlon pergunta.
─ Eles falaram que vão matar o Marcelo ─ ele fala, Marlon solta um gritinho histérico ─ Mas parece que antes vão torturá-lo, se a Ane não for ao banco.
─ Eu!? ─ sinto minha face ferver.
─ Mas a policia vai resolver tudo, não vamos expor ninguém ao perigo desnecessário ─ Nando fala.
Todos ficamos em silencio, fitando a TV, a imagem da figura encapuzada que sei que é Aline falando ao telefone está em tela cheia, e a repórter fala que ela esta ao telefone com a policia negociando termos de rendição.
O telefone toca novamente, Nando recusa a chamada, depois de cinco minutos a TV volta a mostrar imagens ao vivo, vemos um corpo caído no chão de traz de uma mesa, reconhecemos que é o de Marcelo.
Outra figura se aproxima de Marcelo e o carrega para uma das salas, o telefone toca poucos segundos depois, Nando atende.
─ Para onde vocês levaram o meu primo? ─ ele grita ─ Ah! Marcelo?! ─ ele parece confuso ─ sim,... é o Marcelo, ele quer falar contigo ─ ele me oferece o telefone.
─ Hum, alô?! ─ eu atendo.
─ Ane? ─ é a voz de Marcelo, mas ela soa ofegante, e um tanto assustado ─ Ane me ajuda, eu to lascado, a Scheila louca me pego aqui, se lembra dela né? ─ ele pergunta ─ Ane, eles falaram que vão me matar, Ane, eles estão fazendo coisas comigo ─ ele faz uma pausa depois quase grita ─ eles estão fazendo coisas comigo, e eu estou começando a gostar! ─ outra pausa ─ Me tira dessa, por favor.
A linha cai, eu paro e reflito na situação por um momento, então eu já sei o que fazer, eu tenho que salvar o Marcelo, Nando começa a falar algo que nem ouço olho para Marlon, ele entende.
─ Não, não, não ─ ele se levanta do sofá ─ o senhor não vai a lugar nenhum ─ ele senta no colo de Nando, eu saio correndo, Nando tenta me seguir, mas não consegue se mover ─ quietinho querido ─ Marlon fala para ele, eu saio do apartamento.
Part 3
Entrar no banco não foi o problema, a policia não esperava que alguém fosse louco para fazer o que estava fazendo, foi quando cheguei a porta giratória é que parei para pensar no tamanho da loucura que estava fazendo. Eu, de vontade própria, estava entrando em um lugar cheio de pessoas armadas, perigosas e loucas o suficiente para assaltar um banco, e além disso com uma ex-namorada no meio dessas pessoas.
─ Veja como esse mundo é pequeno ─Aline me recepciona assim que entro no banco, ela esta encapuzada, mas eu sei que é ela.
─ Que decadência hein amiga? ─ falo eu com minha melhor voz fria tentando maquiar meu medo com arrogância ─ no meu tempo você não era bandida, ou era? Minha falta foi um golpe e tanto para ti não foi?
─ Eu quase nem me lembrava que você morava por aqui ─ ela fala indiferente, dou uma olhada nos reféns, todos amarrados, não havia muitas pessoas, se contavam dez clientes era muito, haviam duas freiras em um canto rezando, um outro senhor próximo a elas e o restante todos amarrados na parede oposta aos caixas, junto com os funcionários ─ foi o Marcelo que me lembrou.
─ Cadê ele? ─ eu pergunto agressiva, ela já esta perto de mim e segura meu braço ─ nós vamos ao encontro dele, por aqui.
Não sei quem são os outros que invadiram o banco além de Scheila e Aline, mas não da para negar que nenhum deles é um grande gênio, enquanto ela me conduz para uma salinha fechada, reparo que não há ninguém cuidando dos reféns.
Na salinha para a qual Aline me conduz encontro Marcelo jogado em um canto à sala parece um escritório, está todo revirado papeis cobrem o chão, Scheila está ao lado de Marcelo que parece inconsciente.
─O que fizeram a ele? ─ eu pergunto indo para perto dele.
─ Nós? Nada ─ Scheila fala.
─ Apenas demos um coquetel de vodka, cogumelos e dipirona que deve estar fazendo ele ter uns sonhos bem loucos ─ Aline fala ─ ele grita mais do que uma velhinha ─ posse sentir a respiração dele, eles não o mataram ─ vai acordar em alguns minutos, até lá...
─ Amor ─ Scheilainterrompe, “amor?!”.
─ O que eu falei sobre me interromper mulher? ─ Aline resmunga.
─ Espere um minuto “amor?” eu ouvi direito? ─ pergunto espantada.
─ Sim ─ Scheila se aproxima de Aline e a abraça ─ eu estava perdida quando esse canalha me deixou ─ ela olha para Marcelo que em seu sonho resmunga algo que não entendo ─ a Aline me ajudou a superá-lo.
─ Mas quando você estava com ele ─ eu vasculho minha memória ─ eu estava com você! ─ eu fuzilo Aline com o olhar.
─ Veja só como age o destino não é? ─ Aline fala.
─ Uol! ─ exclamo ─ vocês duas se merecem.
─ Obrigado ─ Scheila me fala sem notar que era um xingamento ─ você é até que bem compreensiva ─ de repente uma idéia me ocorre, uma louca, mas o que até ali não fora uma loucura.
─ Bom, felicidades a vocês ─ Minto eu ─ hei! ─ grito de repente como se tivesse tido uma idéia ─ quando o Marcelo acordar nós podemos descobrir quem de vocês tem o melhor sexo? ─ depois que as palavras saem da minha boca vejo que elas são mais absurdas do que pareceram de inicio.
─ Como? ─ Scheila pergunta confusa.
─ Ué nunca se perguntaram quem de vocês é a melhor? ─ eu continuo ─ Não percebe que temos aqui? Você ─ eu aponto para Scheila ─ teve com ele ─ aponto para Marcelo que esta se babando ─ e bom... ─ eu olho para Aline.
─ Isso é ridículo ─ Aline fala.
─ Não, eu até que gostaria de saber ─ Scheila se separa de Aline “ela mordeu a isca”
─ Eu conheço seu rosto ─ Marcelo acorda, mas acho que ainda esta delirando.
─ Por que esse rizinho? ─ Scheila empurra Aline ─ Você está com medo de descobrir que eu sou melhor não é?
─ Não...
─ Ah como você se acha! ─ Scheila começa a estapear Aline, e as duas começam a rolar no chão, “é agora, nossa chance” .
─ Vamos campeão ─ eu passo o braço em torno de Marcelo para o deixar de pé.
─ Oba vamos passear! ─ ele balbucia ─ Nossa, que legal você sabe voar!
─ Shii ─ eu o calo.
Ao sair da sala, vejo que os cúmplices das duas ainda não voltaram seja lá para onde foram, ninguém guarda os reféns, eu deixo Marcelo no chão próximo a um deles e desamarro o refém mais próximo, todos correm para a saída depois de livres, o senhor que estava próximo as freiras quando entrei vem me ajudar a carregar Marcelo.
─ Muito obrigado minha filha ─ ele fala ─ nunca na minha vida pensei em passar por uma situação dessas.
─ Loucura não é? ─ falo, a adrenalina esta a mil, olho por cima do ombro, ninguém nos segue.
─ Qual é a situação lá dentro? ─ um dos policiais vem ao nosso encontro.
─ Acho que somos os últimos ─ eu falo ─ há duas pessoas brigando na sala do gerente, os outros eu não sei, não deixaram ninguém nos vigiando.
Os oficiais entram no banco em fila outros conduzem os reféns para as ambulâncias que estão mais para o lado.
─ Eu acho que vou vomitar ─ Marcelo fala, eu o largo no mesmo instante, ele cai de cara no chão ─ Ops ─ murmuro, olho para a agencia os policiais já estão trazendo cinco pessoas rendidas.
─ Quem dera o Brasil só tivesse bandidos idiotas como estes ─ o senhor ao meu lado fala sorrindo aliviado.
                        ********Mais Tarde*********
─ Que Bom que não houve pânico ─ Marcelo se joga no sofá, já é noite quando voltamos para o apartamento.
─ Que bom mesmo não é? ─ Nando fala em deboche, o telefone de Marcelo toca.
─ Alô! ─ ele atende ─ oi dona Daizy, não... Sim... pois então, Ok! Até ─ ele desliga o telefone ─ hei Nando ─ fala ele ─ você quer mudar de emprego não é?
─ De novo isso? ─ Nando revira os olhos.
─ Não quer? ─ Marcelo franze a testa.
─ É claro que quero, venho dizendo isso desde que comecei, mas fazer o que é o que temos por agora.

─ Bom, é que ─ Marcelo se endireita no sofá ─ lá no escritório tem uma vaga desde o começo do ano, não sei se eu cheguei a comentar isso, mas acho que consigo arrumar pra ti.

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