terça-feira, 28 de abril de 2015

“As aventuras de um tímido, do garanhão, da lésbica, do sensível e de sua amiga gótica” Season 01 Capitulo 14,15,16 – A Aventura da Classe Proletária.


- Nando -

Ouço gemidos vindos da porta do apartamento, penso em virar as costas e sair novamente, mas me lembro que não tenho para onde ir, fui pedir a conta na construtora na manhã seguinte depois que Marcelo me falou da vaga no escritório que ele trabalha, lembro que combinamos de nos encontrar em casa para ir ao escritório depois que eu volta-se, então resolvo abrir a porta de vagar.
A porta abre sem fazer ruído algum, vejo duas pessoas sentadas no sofá, mas os gemidos vêm da TV, eu entro no apartamento e vejo que Daiane está acordada assistindo um filme pornográfico.
─ Érr hum ─ gaguejo meio constrangido ─ O Marcelo está? ─ pergunto, ela nem pisca ou desvia o olhar da tela.
─ Acho que não ─ ela fala ─ sente para esperar ─ ela indica um lugar vago no sofá.
─ Hum ─ eu travo por um instante ─ espere um momento ─ “era um homem ali na tela?” os filmes que geralmente Daiane assistia eram, bem... ─ você está vendo um filme hetero?
─ Pois é, ─ ela confirma ─ to tentando decorar como esse cara fez aquele negocio lá ─ ela fala fazendo uns gestos estranhos com a mão.
─ Bom você sabe que a anatomia do homem é diferente da sua.
─ Hein? ─ ela pergunta parece que nem ouviu o que eu disse.
─ Sabe homens tem um coisa a mais... ─ a outra pessoa ri, eu então reparo nela, ela me parece vagamente familiar, mas não me lembro quem é. Uma menina de cabelos azul e maquiagem carregada vestida de preto.
─ O que? ah! ─ Daiane me olha com os olhos arregalados ─ ai é que esta! Ele fez aquilo com a mão!
Minha cabeça balança em sinal negativo.
─ Você não tem jeito ─ falo sorrindo.
─ Ah, Milena esse é o primo do Marcelo, vocês não se conheciam não é?
─ Acho que não ─ ela fala indiferente.
─ Nando esta é a Milena, ela mora ai no prédio também.
As duas voltam a olhar para a TV e voltam o filme.
─ E você é...? ─ pergunto sem jeito tentando não olhar para a TV.
─ Sou? ─ ela volta a pergunta.
─ Desculpe, é que você está olhando para a tela com um desprezo, você é...
─ Ele quer saber se você é como eu! ─ Daiane ri alto ─ a resposta é não, a Mi tem problemas.
─ Problemas? ─ pergunto.
─ Ela quer dizer que eu sou assexuada ─ ela fala sem vontade, depois suspira, tenho a impressão de que ela já está cansada de explicar aquilo ─ não sinto atração sexual nem por homens nem mulheres.
─ Ah!
─ Não digo? ─ Daiane se vira para mim ─ Problemas!
─ E o que te leva a assistir um filme pornô? ─ pergunto, minha face está pegando fogo, tenho que encerrar este assunto ─ está tentando criar gosto pela coisa?
─ Não, já desisti disso ─ ele fala dando de ombros ─ estou fazendo pesquisa para a faculdade ─ um minuto de silencio constrangedor, “vamos lá, essa é a sua deixa para encerrar o assunto, é só ficar quieto...”
─ Tenho medo de perguntar ─ “droga boca, me obedeça e pare de falar” ─ o que está cursando?
─ Pós em Sexologia ─ ela responde ─ sabe, acho que alguém de fora pode falar sobre o assunto de uma maneira mais imparcial.
─ Hum! ─ mais um segundo de silencio ─ E você? Caiu da cama? ─ pergunto para Daiane.
─ É, tem todo aquele lance de receber a medalha do prefeito por ter acabado com o seqüestro ─ ela responde, a porta se abre.
─ Graças ao bom deus, Marcelo! ─ o sentimento de alivio foi tamanho que ao invés de pensar isso, eu falei em voz alta.
─ Não me leve a mal priminho ─ ele me fala sorrindo ─ mas a ultima pessoa que me falou isso acabou na minha cama.
─ Ta me estranhando! ─ resmungo, ele ri.
─ Eu vi esse ─ Marcelo fala ao chegar perto do sofá ─ aquela coisa com a mão me livrou de muitas ─ Daiane o olha.
─ E não é? Mas até agora não consegui entender.
─ É fácil! ─ ele pega o controle e senta no sofá.
─ É oi?! ─ eu falo ─ da para deixar isso para depois?
─ Ai desculpe, estamos acabando com a inocência dele Ane ─ Marcelo ri começando a voltar o filme ─ você já aprontou seu currículo?
─ Claro!
─ Então vai fazer hora ─ ele nem ouviu minha resposta, típico ─ só vou exportar minha sabedoria aqui e já saímos.
Eu saio da sala e vou para o quarto, minutos depois, ouvindo muitas risadas vindas da sala, vou até lá, no caminho vejo um vulto negro parado no corredor, chegando perto reconheço que se trata da mesma figura que estava antes sentada ao lado de Daiane.
─ Cansou da pesquisa? ─ pergunto.
─ Sim ─ ela responde ─ muitos fluidos corporais me enojam ─ ela não tira o olho de um quadro da parede ─ e a história se repete ─ ela murmura.
─ Desculpe?
─ A pontuação ─ ela indica o quadro, este que eu não tinha reparado até então, o quadro tinha a foto de Daiane com dois dedos levantados e mostrando a língua, ela tinha um boné de aba reta torto na cabeça “linda que dói”’ e uma de Marcelo levantando as duas golas de uma camisa pólo e fazia biquinho, logo abaixo uma pontuação marcada em linhas douradas, abaixo de Daiane a conta passava de 50, enquanto Marcelo estava em 35 ─ a Ane sai sempre na frente!
─ Como é que é? Isso não é novo?
─ Ah não, eles fazem isso desde que eu os conheço já faz acho que dois anos ─ ela fala se virando e se dirigindo a sala.
─ Finalmente encontrei alguém mais anti-social do que eu ─ murmuro para mim mesmo ─ quem ganhou as edições anteriores? ─ pergunto indo atrás dela.
─ Nos últimos dois anos, foi o Marcelo ─ ela responde ─ a Ane sempre sai na frente, mas acaba se apegando a alguém no caminho, e ai o mister dama de ferro passa a perna nela.
─ Até que em fim ─ Marcelo nos encontra na entrada do corredor ─ já estamos atrasados ─ ele me fala.
─ E a culpa é de quem? ─ pergunto.

Part 2
Ele saiu do Ap e eu fui correndo atrás, pegamos o ônibus para o centro, ele esta lotado como sempre.
─ Preste atenção Nando ─ ele começa falar, o ônibus esta tão apertado que é difícil até respirar ─ isso é de extrema importância para que você consiga o emprego.
─ Ué, pensei que eu ia entregar o currículo lá e você ia falar bem lá de mim etc...
─ Oh, My sweet sumer child ─ ele fala, não acredito que ele acaba de citar Game Of Thrones ─ primeira coisa que você tem que ter em mente é: Nada é tão simples com a dona Daisy ─ ele olha pela janela como se olhando para o nada ─ mas eu tenho um plano.
─ Posso saber qual é? ─ pergunto.
─ Mas é claro, como é que você vai seguir o plano se não sabe dele? Que pergunta ─ ele olha para mim novamente, o ônibus para e um outro passageiro entra um homem gordo que força a passagem pelo corredor e me espreme contra o vidro do ônibus ─ bom, primeiro, dona Daisy tem um problema com coisas quebradas ─ ele fala.
─ Obrigado pela parte em que me toca ─ ele parece confuso por um segundo.
─ Ah, não ─ ele sorri ─ não isso, meu plano é o seguinte, você entrega o currículo lá, daí eu falo que nós somos parente e estamos brigados, não, na verdade que nós se odiamos, e vou falar muito mal de você.
─ Como? ─ eu quase grito ─ Você esta maluco? Você sabe que eu dependo deste emprego.
─ Relaxa primo, e confia em mim ─ ele põe a mão em meu ombro.
─ E que emprego é esse? Tipo qual seria minha função?
─ Serviço de rua ─ ele fala indiferente ─ um serviço com muita responsabilidade.
─ Será que sou qualificado para trabalhar nisto? ─ pergunto, ele olha para cima com uma cara concentrada.
                        *****Flash Back 1 *****
Marcelo está na frente do prédio do escritório onde trabalha, uma moça passa por ele e sorri.
─ É ─ André um de seus colegas que está ao lado grita ─ Também gostei de você! ─ a moça se assusta e acelera o passo ─ Que é isso, são seus olhos! ─ ele continua gritando a moça quase tropica nos próprios pés na corrida ─ viu isso? ─ André pergunta para Marcelo ─ as gurias me amam.
**** Flash back 2 *****
Meio dia, novamente Marcelo em seu horário de almoço, conversava com Cintia, (ou seria Karina) ele está quase a beijando, os olhos da moça já estão inquietos, a respiração acelerada.
─ Oió Marcelo ─ André esta ao lado dele e sem sapatos ─ Acho que estou com um Bicho de pé! ─ ele grita uma turma de crianças que estava voltando da escola começa a rir quando passam.
*** Flash Back 3 ***
Natal passado, Marcelo, Laerte e Suzalha caíram no sorteio daqueles que iriram ter que fazer serão no fim de ano.
─ Mas que droga! ─ Laerte esta com o punho fechado e a cabeça apoiada nele em uma pose de total desinteresse ─ Por que mesmo temos que ficar aqui?
Ninguém responde, minutos depois ele e Marcelo encontram os presentes que os diretores tinham comprado para os filhos dos funcionários da festa de fim de ano, um deles é uma bola de futebol, um olha para o outro com o mesmo pensamento.
(...)
No dia seguinte.
─ Não sabemos dona Daisy, nós estávamos aqui olhando para planilhas e números intermináveis quando o vidro da sua sala explodiu em mil pedaços ─ Marcelo está ao lado de Daisy, as faxineiras varrem os cacos do vidro que um chute de Laerte não defendido por ele, atingiu a janela do escritório.
─ Que estranho ─ ela parece intrigada, mas nem desconfia o que realmente aconteceu.
***
─ É ─ ele me fala depois de um segundo ─ acho que você atende as expectativas.    
─ Espere um minuto ─ a ficha cai ─ Você não estava fazendo isso ontem?
─ Hum? Ah sim ─ Ele da de ombros ─ Então, o trabalho é andar na rua o dia todo.
─ E como é que eu vou andar pela cidade, eu nem sequer conheço a cidade!
─ UH ─ ele faz Bico ─ acho melhor você não falar isso, Observe ─ Ele sorri com os olhos ─ Basicamente você ira fazer isso o dia todo ─ ele vai até o fim do ônibus, encoxando todas as garotas que estavam de pé no ônibus, depois começa a voltar para onde eu estou.
─ Hei! ─ uma mulher grita ─ Tarado! ─ e dá uma bolsada na cara de Marcelo, ele continua seu caminho ─ Motorista! ─ grita a mulher ─ Pare o ônibus ─ ela começa a apertar a campainha do ônibus ─ Tarado! ─ ela continuava a gritar.
Os outros passageiros do ônibus começam a gritar, mais bolsadas, o ônibus para em um solavanco brusco, Marcelo chega perto de mim.
─ Disfarça, deu creps ─ ele sussura depois grita ─ Tarado socorro!
Um homem enorme me segura pelo colarinho, mal a porta do ônibus de abriu e eu já estou rolando na calçada, em uma das cambalhotas avisto Marcelo descendo pela escada em uma tranquidade, como se nada tivesse acontecido.
─ Se machucou? ─ ele pergunta.
─ Não ─ falo ─ não cheguei a ralar nada.
─ Bom, respondendo a sua pergunta ─ ele começa a andar ─ Você vai de ônibus de um lado ao outro da cidade.
Ele olha no relógio, depois acelera o passo, andamos por um quarteirão então encontramos um ônibus saindo de outro ponto, ele saiu correndo atrás deste.
─ Espera! ─ Marcelo grita, eu corro atrás dele, quando acho que o motorista não nos viu, o ônibus para ─ Ufa! ─ ele respira fundo antes de subir as escadas ─ Valeu parceiro.
Neste ônibus, por incrível que pareça esse ônibus não estava cheio pelo contrario acho que era o ônibus da terceira idade, havia nele seis banco vagos, nós sentamos em um deles.
─ Bom ─ Marcelo começa a falar ─ eu entro você espera alguns minutos e daí sobe, eu não vou estar junto para de apresar então vê se não se atrasa pra fazer isso também! ─ no pequeno mundinho de meu primo acho que isso que ele falou deve fazer algum sentido ─ a dona Dayzy não contrata gente que vai deixar currículo depois das nove, ela diz que só gente que não quer trabalhar.
Eu concordo, seguimos em silencio por alguns minutos.
─ E como você fez para entrar lá? ─ pergunto em fim, Marcelo dá de ombros.
─ Eu Tinha um Chegado lá dentro que me ajudou ─ ele levanta ─ esse é o nosso ponto.
Saltamos do ônibus, vejo meu primo entrar no prédio da Moreira e Moreira Empreendimentos Empresariais, e Acessória Jurídica. Espero alguns minutos então vou em direção ao prédio.
Part 3
******** ENQUANTO ISSO NA SALA DE JUSTIÇA**********
- Marcelo -
Estou tamborilando os dedos na mesa, não me lembro por que, mas tenho a sensação de que esqueci algo. Dona Daisy me olha da sala dela então começo a tamborilar os dedos em cima do teclado, o segredo é parecer ocupado, mas ainda assim parece que esqueci algo.
Daisy levanta de sua cadeira olho o relógio 08: 55, “ Ah ela deve estar indo pegar os currículos do dia” penso, então como um choque a lembrança parte minha cabeça.
─ Cacilda o Nando! ─ levanto correndo a cadeira quase cai quando o faço, chego ao balcão do andar, onde advogados escrivães, e os mandas-chuvas deixam seus documentos e onde, na parte da manhã aqueles que vem pedir emprego aguardam para que dona Daisy os entreviste.
A sala não esta muito cheia, estão dois guris magricelas sentados ao lado de Nando, então lembro-me de uma ultima dica para dar a ele.
─ Acho bom vocês conhecerem a cidade não é rapaziada! ─ falo com os olhos fixos em Nando.
─ Hei o que esta fazendo? ─ a secretaria cuja nunca sei o nome grita quando me vê pegando os currículos.
─ Eu nada, o que Você esta fazendo? ─ olho o currículo de Nando e o separo do resto e me viro sem dizer mais nada.
─ Marcelo volta aqui! ─ a moça vem atrás de mim, assim como eu previ. Se tiver sorte estamos bem na hora ─ eu te vi pegando um papel da caixa dos currículos o que é?
Me viro e escondo o currículo atrás das costas bem na hora que dona Daisy sai da sala.
─ Do que esta falando?
─ Tu não me provoca guri ─ a pele branca dela está ficando vermelha de raiva, sinto o papel escorregar da minha mão e antes que eu pudesse me virar ouço dona Daisy falando.
─ Luiz Fernando Tuk ─ ela lê ─ Sobre nome de hobbit eu já não conheço alguém com esse nome? ─ ela pergunta para si mesmo “dona Daisy e suas fantasias que ninguém entende” suspiro fundo ─ e o que você esta fazendo com isso? Moçinho, o que ela diz é verdade?
─ Érr... ─ eu finjo ter sido pego no pulo ─ Sim.
─ E por que você faria isso? É sua tarefa recolher os currículos?
─ Não, é que...
─ Acho bom você ter uma boa explicação.
─ É que eu comentei com a minha avó quando ela veio passar a páscoa comigo, que nós tínhamos vaga aqui e acho que ela comentou com a minha tia, e então resultado, meu primo esta sentado no sofá esperando a entrevista.
─ E pensou que me dando pessoalmente o currículo de seu primo iria adiantar o lado dele não? ─ ela da um rizinho arrogante com o canto da boca.
─ Na verdade não, e que eu e ele não nos damos bem sabe ─ eu escondo a boca com a mão e cochicho para que só dona Daisy ouça ─ Ele é meio vagabundo sabe.
─ Hum ─ ela olha para a secretaria ─ Que hora esse rapazinho chegou?
─ Quem?
─ Meu primo, magrela capelo parece um ninho de guaxinim comprido com cara de pamonha! ─ falo em um impulso.
─ O rapaz mais próximo desta descrição ─ pergunta Daisy.
─ Ah, ele foi o primeiro a chegar, bem tímido ele, parece gente boa, bem diferente deste ai ─ ela indica para mim ─ acho que era 8:35 quando chegou não me lembro.
─ Acho que você faz muito mal juízo do seu primo Marcelo ─ ela enrolou o currículo em um cone enquanto a secretaria falava e agora batia com ele na minha cabeça ─ a regra das nove não mente nunca!
“Mande os outros embora secretaria, pois encontramos o nosso homem” podia completar a frase por ela, pois ela tinha mordido a isca.
******
- Nando -
Entro na salinha que a secretaria me indicou, não entendi por que eu que cheguei por primeiro fui deixado por ultimo.
─ Sente-se anjo ─ falou a senhora que estava atrás de uma escrivaninha a sala era pequena, claustrofóbica até parecia um armário de vassouras.
─ Meu nome é Daisy, o seu é... ─ ela olha para a folha do meu currículo que esta toda amassada ─ Luiz Fernando...
─ Tuk ─ respondo minhas mãos estão suadas.
─ Desculpe falar isso, mas é que soa tão engraçado.
─ É parece tirado da terra média! ─ falo antes que possa controlar a língua.
─ Hum então você é um fã de fantasia? ─ ela me pergunta com um sorriso satisfeito, concordo com a cabeça, “é impressão minha ou essa sala está encolhendo?”
─ Pois bem, como ficou sabendo desta vaga querido? ─ ela me pergunta.
─ Minha mãe disse que tinha visto na gazeta do povo ─ minto.
─ Ah.
─ Não que ela esteja me obrigando a trabalhar, eu vim por conta própria, eu preciso muito do emprego.
─ Acredito filho, acredito ─ ela começa a ler o currículo.
─ Estuda na federal? ─ ela parece assustada.
─ Sim, letras ─ respondo.
─ Ah vai ser professor é?
─ Que deus não te ouça, viu o que eles tiveram que fazer no centro cívico no começo do ano para receber? ─ respondo por instinto, sorrio nervoso, penso por um minuto, e decido falar logo ─ eu quero ser escritor.
─ Ah! ─ ela me olha por cima das lentes dos óculos ─ Profissão bonita essa, muito nobre ─ ela sorri ─ mas você vai acabar sendo professor ─ ela deixa o currículo de lado ─ bom já que precisa do emprego, o que acha de começar hoje a tarde?
─ Sério? ─ eu falo entusiasmado ─ Por mim poderia ser agora mesmo.
─ Ótimo! ─ ela bate palminhas pode ir falar com o Laerte ele vai te instruir sobre suas funções.
─ Obrigado dona Daisy prometo dar o meu melhor ─ falo, antes de sair da sala ouço ela falando pelo telefone.
─ Clarisse querida pode dispensar os outros, nós já achamos nosso homem.
                        ******Mais Tarde*********
─ Viva! ─ estamos de novo no apartamento, Marlon estoura uma champanhe.
─ Bem vindo à classe proletária! ─ Marcelo fala sorrindo ─ é uma droga! Do jeito que você é estranho, você vai adorar!
Marlon começa a servir as taças, primeiro para a menina Milena, depois Marcelo, Daiane e a própria.
─ Droga temos que comprar mais uma taça ─ fala Marlon ─ o coitado ficou sem!
Marcelo virava a sua taça e já enchia outra.
─ Não tem problema ─ falou eu ─ não gosto disso mesmo.
─ De jeito nenhum ─ Daiane fala ─ nós estamos comemorando seu emprego como assim você não vai beber? Nada disso, tome ─ ela oferece a própria taça, beba.
─ São não beba muito primo ─ Marcelo deixa derramar um pouco de bebida pela boca ─ Amanhã o expediente começa as 8:30.
─ Ta brincando né? ─ Milena fala ─ amanhã é feriado, como é que alguém vai trabalhar no feriado do dia do trabalhador?
─ Você nunca trabalhou para uma empresa grande não é mesmo? ─ responde ele ─ Eu te disse é uma droga ─ ele encolhe os ombros.
                        ******* DIA 01 de Maio 10h ********

Sai cedo de casa, nem esperei Marcelo para sair, não queria chegar atrasado no primeiro dia de trabalho, mas quando o relógio da 10h e as portas do escritório ainda não se abriram é que me dou conta. Aquele filho da mãe me enganou, é claro que ninguém trabalha no dia do trabalho!

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