domingo, 13 de setembro de 2015

“As aventuras de um tímido, do garanhão, da lésbica, do sensível e de sua amiga gótica” Season 01 Capitulo 24-25-26 A aventura surpresa.



- Marcelo -
Quinta 23-07
─ Pessoal reúnam-se aqui, por favor ─ Daisy nós chama para a frente das repartições.
─ Já vou, só mais um pouco e eu termino o relatório aqui Senhora ─ eu falo para ela.
─Rápido Marcelo ─ ela me repreende ─ ele já está chegando! Venha Rápido! ─ eu fecho o jogo de paciência que estava aberto na tela do computador e vou para perto de Nando ─ escutem pessoal, temos um aniversariante hoje aqui no escritório ─ Nando abre um sorriso que quase caiu da cara dele.
─ Estranho ─ murmuro ─ você nunca ficou feliz assim quando era meu aniversario, por que esta agindo assim por causo de um estranho? ─ pergunto, o sorriso desaparece imediatamente, ele sacode a cabeça em sinal negativo ─ ah! Assim esta melhor ─ falo satisfeito ─ de quem Dona Daisy? ─ pergunto.
─ Do rapaz novo ─ ela faz uma pausa e estala os dedos parece estar tentando lembrar o nome do guri ─ Fernando querido ─ Nando volta a colocar aquele sorriso no rosto, ele está muito estranho hoje ─ como é mesmo o nome daquele rapaz que entrou depois de você? ─ o sorriso agora literalmente caiu do rosto de Nando ele franze a testa ─ Sailon...
─ Isso! ─ Daisy grita ─ Lembrei, é Sailon, bom quando ele entrar todos começamos a cantar parabéns!
A porta se abre momentos depois e ela puxa a musica.
─ Ah pessoal! ─ Sailon fica todo sem graça ─ como vocês descobriram? ─ o pessoal do escritório todo vai apertar a mão dele e desejar os parabéns, Nando vai se sentar em frente a seu computador com a cara fechada.
─ Nossa como você é mal educado! ─ falo sentando-me em frente ao meu ─ não vai dar os parabéns para o seu amigo? ─ ele me fuzila com o olhar, arqueio as sobrancelhas ─ Ok! ─ ele pega a sua pasta e sai do escritório não o vejo pelo resto do dia, ou será que vejo? Não me lembro...
****** Mais Tarde ******
─ É... ola? ─ chego em casa e o som toca uma musica que parece aquelas de filmes de terror, as luzes estão apagadas ─ Ane? ─ chamo, nenhuma resposta, meu coração martela no peito, ando alguns metros com cuidado para ficar no caminho de luz que vem do corredor, estendo as mãos tremulas para a chave de luz pressiono o botão a luz não acende ─ Ai caramba!  ─ falo nervoso saio correndo em direção a porta do apartamento então ela se fecha violentamente ─ AHHHHHHHH! ─ eu começo a gritar, sinto duas mãos me erguerem do chão e começar a me mover ─ Por favor não me matem! Se quiserem matar alguém, meu primo logo chega, matem ele, eu sou muito bonito para morrer! ─ grito até minha voz quase sumir ─ Por favor, eu imploro ─ sinto eles me forçando para sentar em uma cadeira, então um abajur se acende.
─ Marcelo Tuk! ─ Marlon está sentado em uma cadeira a minha frente ─ Não adianta tentar fugir agora, você não vai conseguir fazer isso hoje ─ olho para trás dele Milena e Daiane guardam a porta, “delas eu consigo fugir” penso calculando meus próximos passos, olha para trás de mim dois caras enormes musculosos iguais a Marlon estão um de cada lado da minha cadeira, “ok deles eu não posso fugir”.
─ Ufa! ─ eu suspiro ─ Caras, que susto, pensei que ia morrer ─ eu sorrio ─ o que está pegando?
─ Hora, tudo vai depender das suas respostas, ainda não decidi se o deixo vivo ou não ─ eu arqueio as sobrancelhas.
─ Seja lá o que você pensa que eu fiz, não fui eu! ─ respondo na defensiva, Marlon solta um sorriso frio a luz bruxuleante do abajur faz a cena gelar meu sangue.
─ Vamos lá Marcelo, você tem um minuto para me explicar o que é que você estava fazendo no meu AP na madrugada do domingo de carnaval!
─ Ah isso! ─ suspiro aliviado.
─ Sem mais mentiras! ─ ele grita e bate com o punho fechado na mesa.
─ Esta bem! ─ eu falo por impulso, aquilo me assustou ─ Quando eu estava saindo do buenas noches eu vi você e o Nando escorados em uma das paredes, então eu chamei um taxi coloquei os dois no banco de trás, levei o Nando para o quarto dele e você para o seu apartamento! ─ falo.
─ E as penas! E as langeries? ─ ele me pergunta apontando o dedo.
─ Ah ─ eu dou de ombros ─ aproveitei que você provavelmente não ia se lembrar do que fez ou não e estourei alguns travesseiros do meu quarto e espalhei as penas pelo seu quarto, as langeries são da minha coleção.
─ Que coleção? ─ Marlon cruza os braços e arqueia uma das sobrancelhas inquisidor.
─ Ah, sabe como é mulher, acham que saindo sem calcinha do meu quarto acham que isso vai me tentar ─ dou de ombros ─ raramente encontro elas para devolver, apesar de isso ser um Tesão ─ eu falo olhando para Daiane ela anui em concordância.
─ Por que fez isso? ─ Marlon bate novamente na mesa.
─ Ah ─ grito me assustei novamente quando ele fez isso ─ cara qual é a necessidade disso? ─ o repreendo ─ sei lá queria pregar uma peça em ti, e foi hilário ─ eu rio, as luzes se acendem.
Marlon se levanta saltitando.
─ HUHU ─ ele ergue os braços ─ Sou virgem de novo!
Ele continua pulando e dançando até que alguém desliga a musica na sala.
─ Nando é você? ─ perguntou Daiane, a resposta foi a porta de um dos quartos, provavelmente o dele, se batendo.
─ Cruzes que bicho mordeu ele? ─ Milena pergunta.
─ Não sei ele está assim desde manhã ─ respondo.
─ É ─ Marlon pigarreia ─ valeu galera ─ ele fala para os dois armários que ele colocou atrás de mim, os dois anuem e saem da cozinha.
─ Entraram quietos e saíram calados ─ falo.
─ De manhã você disse? ─ Daiane pergunta, demoro uns dez segundos para perceber que ela fala comigo.
─ Desculpe, falou comigo? ─ pergunto, não lembro do que nós estávamos falando.
─ Você disse que o Nando esta estranho desde manhã? ─ ela pergunta.
─ Ah! Isso ─ eu me levanto e caminho até a geladeira ─ é, hoje de manhã a dona Daisy chamou o pessoal do escritório para cantar parabéns para o rapaz novo parece que ele estava de aniversario.
─ Que rapaz novo? ─ Marlon pergunta.
─ Ah o José lá, nem sei o nome dele ─ dei de ombros ─ entrou depois do Nando, a dona Daisy tem essas manias, não sei por que ele não gostou, vai ver é ciúmes.
─ É isso! ─ Daiane grita como se tivesse sido atingida por um raio.
─ O que? ─ Marlon pergunta a ela, eu já estou de saída para a sala, depois de pegar um sanduíche que alguém deixara pronto para mim, bom não tinha nome então eu acho que era para mim.
─ Sabia que tinha visto alguma coisa na agenda hoje.
─ O que tem hoje? ─ ouço Marlon perguntar.
─ Hoje é aniversario do Nando!
Part2
***
- Daiane -
─ Marcelo volta aqui! ─ eu chamo, ele tinha deixado a cozinha sem dizer nada.
─ Que é? ─ ele esta de volta a cozinha ─ vai começar a novela daqui a pouco!
─ Como é que você não se lembra que era aniversario do teu primo? ─ Marlon pergunta.
─ Ah ─ ele da de ombros indiferente ─ sabe nós não somos muito íntimos.
─ Pois é, não é como vocês morassem juntos nem nada ─ Milena observa em um tom monótono.
─ Ei, Você também mora com ele ─ Marcelo aponta um sanduíche para mim.
─ Mas eu não sou nada dele! ─ falo na defensiva.
─ Conversa, vocês não se desgrudam ─ ele da uma mordida e continua a falar enquanto mastiga ─ outro dia encontrei os dois assistindo um filme abraçados no sofá.
─ O que tem isso? Nós somos amigos ─ falo, minha face ferve deve ser de raiva.
─ Ah, por favor ─ ele resmunga.
─ Ta, alem de morar no mesmo apartamento reconheço que sou bem amiga dele e não me lembrei do aniversario dele ─ eu me sento na cadeira mais próxima ─ o que vamos fazer?
─ Ir até ele e dar os parabéns visto que ainda é o aniversario dele? ─ pergunta Milena.
─ Não esse navio já partiu ─ eu murmuro pensativa.
─ Por isso sou anti-social ─ ela fala ─ a vida em sociedade é muito complicada.
─ Uh! ─ Marlon começa a abanar as mãos como se estivesse secando esmalte ─ já sei, fazemos uma festa surpresa para ele, sempre quis participar de uma!
─ Está louco cara, como é que iríamos organizar uma festa surpresa para ele agora? Já são quase nove da noite.
─ Quem disse que seria hoje? To falando de sábado.
─ Mas o aniversario dele seria hoje, não seria? ─ pergunta Milena.
─ Cara é serio a novela vai começar, querem chegar no ponto logo? ─ Marcelo fala impaciente.
─ Mas se fosse hoje não seria surpresa não é? ─ Marlon continua entusiasmado.
─ Tá, isso que ele acabou de dizer não faz o nenhum sentido, alguém mais notou? ─ Milena fala de sobrancelhas cerradas apontando para Marlon.
─ É a melhor idéia que temos ─ falo eu depois de um tempo.
─ Isso! ─ Marlon bate palmas ─ vai ser incrível.
─ Bom, só para não dizerem que eu não tento me socializar, eu topo ─ Milena concorda.
─ Ok, então está decidido ─ Marlon continua ─ eu vou atrás dos balões e dos convidados e dos...
─ Uol! Espera um pouco que eu divaguei aqui, o que é que nós “decidimos” mesmo? ─ Marcelo fala fazendo aspas com as mãos e imitando a voz de Marlon ao falar decidimos.
─ Fazer uma festa surpresa para o Nando, acho não é? ─ Milena pergunta confusa.
─ Sim ─ concordo.
─ Hei calma ai galerinha gente boa ─ Marcelo começa a falar ─ festas custam caro, e não sei vocês, mas eu não estou certo se gosto tanto assim dele a ponto de gastar dinheiro com uma festa.
─ Me responda com sinceridade Marcelo, você gosta de alguém no mundo que não seja sua avó? ─ Marlon pergunta.
─ Bom tem um carinha que eu vejo toda vez de manhã no espelho...
─ E que não seja você? ─ Marlon completa.
─ Ah, então acho que não ─ ele encolhe os ombros.
─ Bom, dinheiro não é o problema ─ começo a falar.
─ Eu vou atrás das bebidas ─ Marcelo sai da cozinha ─ vai ser legal acho que o Nando merece.
24-07
─ Hei, Nando ─ eu chamo no café da manhã.
─ Hum? ─ ele responde, parece que o mal humor da noite passada passará durante o sono.
─ Você me empresta o teu computador?
─ E o seu? ─ ele pergunta.
─ Ta meio que estragado.
─ Andou vendo maroteza na internet de novo? ─ ele sorriu, depois ficou sério ─ de jeito maneira! Tu vai estragar o meu também ─ ele se levanta e sai da cozinha, esbarrando em Marcelo ao fazer.
─ E ai? ─ Marcelo espera Nando se afastar e continua ─ conseguiu?
─ Negativo ─ anunciei desanimada.
─ Plano B então. ─ ele fala.
─ Que plano B?
─ Shii.
─ Estou indo trabalhar, mantenha suas mãos longe do meu computador! ─ Nando surge na porta da cozinha ─ Você não vem? — pergunta então para Marcelo.
─ Cara, to meio mauzão ─ Marcelo faz uma cara de nojo ─ acho que não vou poder ir trabalhar hoje, avisa todo mundo lá?
─ Pode deixar mano ─ Nando concorda depois aponta para mim ─ o que eu disse?
─ Ah idiota, eu tenho TV acabo por que iria procurar na internet? ─ reviro os olhos, ouvimos Nando sair do apartamento então Marcelo se levanta.
─ Vamos fazer a ligação ou não? ─ ele me pergunta.
─ Do que esta falando? ─ pergunto confusa ─ você não o ouviu, ele não emprestou o computador, não tenho a mínima idéia da senha dele.
─ Relaxa está tudo sob controle ─ ele sai da cozinha ─ ele sempre usa a senha dele para tudo, e é sempre a mesma desde quando nós éramos crianças.
─ Você tem a senha?
─ Bom, tenho um palpite ─ ele vai até o quarto do Nando e volta para a cozinha.
─ Espere ─ eu o impeço de ligar o computador ─ aqui não o Nando pode voltar.
─ Você não o viu saindo trabalhar? ─ ele pergunta.
─ Sim, mas até onde eu sei ele pode dar uma passada aqui a qualquer hora, já que ele trabalha na rua não é? Você não fazia isso volta e meia?
─ Fazia, mas ─ ele me olha sério ─ o Nando não é assim, o cara é muito estranho.
Eu pego o computador e saio, ele me segue.
─ Ei, vai aonde?
─ Você vai ver ─ respondo, ele me segue.
 Chegamos ao apartamento de Marlon tento abrir a porta esta trancada ─ Que estranho ─ eu olho para Marcelo que só me olha, eu bato na madeira ─ Marlon ta em casa? Sou eu a Ane! Abre ─ alguns segundos depois ouço o som de varias chaves girando e uma fresta se abre entre a porta e o batente.
─ O que você quer? ─ ele perguntou depois olhou para Marcelo ─ você não devia estar no trabalho? ─ um latido soa de dentro do apartamento ele fica em silencio.
─ O que foi isso? ─ pergunto, Marlon disfarça pigarreia.
─ Meu estomago... digo a TV ─ ele fala, agora um rosnado.
─ A corta essa, tem um cachorro ai dentro? ─ pergunto.
─ Está louca você não sabe...
─ Pensei que cachorros fossem proibidos no prédio ─ Marcelo força a cabeça por entre a fresta da porta ─ Oi coisinha fofa, ah Ane eu também quero um!
─ O que? ─ eu olho para Marlon ─ tem um cachorro ai mesmo? Você é louco se o sindico descobre.
─ Já faz um mês que tenho ela e só agora vocês foram perceber, é só vocês manterem a boca fechada ─ Marlon fecha a porta e depois a abre ─ Hei, hei volta aqui mocinha ─ ele sai correndo de traz de uma buldog que sai do apartamento ─ não, não papai vai levar você passear só mais depois você já sabe, entra logo gente! ─ ele fica vigiando o corredor ao entrar ─ bom o que querem? ─ ele pergunta agradando a cadelinha que está no seu colo.
─ Temos que ligar para os pais do Nando e não queria correr o risco de ele chegar e nos pegar falando com eles.
─ Rá! ─ Marlon estoura em gargalhadas ─ conhecendo o nosso amigo Marcelo aqui, posso dizer que aquele lá herdou todo o senso de dever da família, depois que sai trabalhar só volta de noite, parece um burro com a viseira, nem olha para os lados.
─ Eu te disse ─ Marcelo concorda com Marlon e começa a agradar a cadelinha.
─ Bom, de qualquer jeito ─ eu falo sentando na poltrona ─ você disse que tinha a senha do usuário? ─ falo para Marcelo.
─ Ah sim ─ ele vem para junto de mim ─ tenta algo relacionado aqueles filmes idiotas que ele gosta.
─ Que filmes? ─ ele revira os olhos ─ cara pensei que vocês eram amigos, me da isso aqui! ─ ele toma o computador de minhas mãos e depois de umas duas tentativas sorri satisfeito.
─ Consegui ─ ele me olha ─ você liga ou eu?
─ Tanto faz ─ dou de ombros ele coloca o computador em cima da mesa e puxa uma cadeira, sento ao lado dele.
─ Se bem me lembro eles devem estar On ─ Marcelo já esta logado no perfil do skype de Nando ─ ah aqui ─ ele faz a vídeo chamado depois de uns toques a imagem de uma mulher aparentando uns quarenta e cinco anos loira de olhos azuis atende sorrindo, mas logo que reconhece que não era seu filho o sorriso é substituído por um arquear de sobrancelhas.
─ Oi tia ─ Marcelo cumprimenta.
─ Marcelo? ─ ela fala desconfiada ─ que novidade é essa?
─ Tenho um convite para fazer, o tio ta por ai? ─ ele pergunta.
─ Sim ─ ela responde depois grita ─ Carlos vem cá amor!
Um homem moreno da mesma idade com alguns cabelos brancos surge ao lado dela.
─ Oi tio, como vai? ─ Marcelo fala ─ viu o que vocês vão fazer amanhã?
─ Hm ─ o pai de Nando olha para a esposa ─ depende da hora.
─ É mesmo que horas vai ser Ane?
─ Desculpe, mas quem é essa jovem? ─ a mãe de Nando pergunta.
─ Será que é a moça que a mamãe falou? ─ Carlos pergunta.
─ Não pode, olha só ela é linda ─ a mãe de Nando cochicha ─ entre ela ser namorada do Nando e sua mãe estar biruta acho mais provável a segunda opção.
─ Moçinha por um acaso você não seria a namoradinha do Nando seria?
─ É... ─ “que constrangedor o que é que eu falo?” ─ mais ou menos.
─ Não acredito ─ Carlos sussurra para a esposa ─ é ela Kátia.
─ O que vocês querem? ─ Kátia pergunta.
─ Bom ─ Marcelo toma a palavra ─ é que nós meio que esquecemos o aniversário do Nando e estamos planejando uma festa surpresa para ele para compensar.
─ Rá ─ Carlos ri ─ mas o aniversario do Luiz é só dia... quando é mesmo querida? ─ ele pergunta para a esposa.
─ Vinte e Três ─ começa Kátia arregalando os olhos ─ Carlos foi ontem! Como é que você pode se esquecer disso?
─ O que? ─ Carlos grita ─ foi ontem?! ─ ele arregala os olhos também ─ como é que Você não se lembrou? ─ ele pergunta ─ era de se esperar que a mulher lembrasse o dia em que uma bola de carne de quase dois quilos saiu dela não é?
─ Nós somos pais horríveis ─ Kátia suspira.
─ Então ─ falo ─ pelas sete horas amanhã nos ligamos de novo, nós vamos cantar o parabéns, pode ser?
─ É sim, por favor ─ nós desligamos aposto que eles ficaram por uns bons minutos olhando para a tela do computador.
─ Bom ─ Marcelo fala ─ parece que existem piores do que eu ─ ele se vira para Marlon ─ por falar nisto, por que desta belezura aqui? ─ ele pergunta pegando a cadelinha no colo.
─ Ah, a casa esta infestada daqueles bichos malditos ─ ele se levanta e vai até a janela, eu olho ao redor.
─ Ratos? ─ pergunto com nojo,
─ Pombos? ─ Marcelo fala ao acaso.
─ Gatos! ─ Marlon responde.
─ Gatos? ─ pergunto incrédula ─ por que malditos? Eles são tão fofos!
─ É assim que eles querem que você pense, até saltarem em suas gargantas desprotegidas! ─ ele volta a se sentar ─ são criaturas malignas sim, não vê até o Imotep tinha medo deles! Eu acho que eles vem do andar de cima do prédio ─ ele abaixa a voz a um sussurro ─ deve ter algum portal para o inferno lá por onde estes demônios saem.
─ Você é tão paranóico ─ eu rio.
─ Ria agora, mas quando você se desequilibrar na escada e um deles estiver ao lado para te empurrar você ira lembrar desta conversa.
Part 3
*****
- Daiane -
25-07
Estou chegando com Nando, o levei para assistir um filme para tirá-lo da casa tempo suficiente para que o pessoal arrumasse tudo, ele tentou disfarçar mais ainda estava sentido por eu ter esquecido o aniversario dele.
Eu abro a porta tudo está escuro, mas posso ouvir os sussurros dos outros escondidos.
─ Parece que estamos sozinhos ─ Nando fala ao entrar ─ onde será que foi todo mundo? Será que aconteceu alguma coisa... ─ eu acendo a luz.
─ SURPRESA! ─ todos gritam saindo de seus esconderijos atrás dos moveis, Marcelo sopra uma língua-de-sogra e está com um chapéu de festa torto na cabeça está embaixo da mesa de centro da sala. Marlon atrás da mesa que esta na sala de frente para a porta da cozinha a parede escondida por bexigas amarelas e pretas, a mesa cheia de salgadinhos, no sofá dois bonecos de travesseiros com um computador no lugar da cabeça mostram a imagem dos pais de Nando. Milena atrasada estoura um cano de papel picado colorido e murmura:
─ Droga errei o tempo!
Olho para Nando ele esta congelado, os olhos arregalados e a pele anormalmente branca.
─ Parabéns filho! ─ fala a voz da mãe dele do computador.
─ Penso que nós tínhamos esquecido né? ─ fala o pai dele.
─ Enganamos você direitinho não é primo? ─ Marcelo fala sorrindo, por um momento pesei que o pai e filho eram Marcelo e Carlos, os dois mentiam tão bem.
─ Pessoal ─ Nando gagueja ─ eu não sei o que falar! ─ vejo que ele segura as lagrimas, vou ao encontro dele e o abraço, ouço que os demais também se aproximam.
─ Você merece cara! ─ Marlon fala ao se juntar ao abraço coletivo.
─ Hei levem a gente para lá também ─ fala a mãe de Nando.
─ Não seja boba Kátia, como é que eles vão fazer isso? ─ fala Carlos ─ hei olhem aqui! ─ ele começa a falar todos olhamos para a tela ─ filho nós só queremos dizer que nós temos muito orgulho de você, feliz aniversário.
─ Nós te amamos ─ falou a mãe dele.
─ Agora, vamos Kátia deixe eles se divertirem, juízo viu? ─ o pai dele se despede olhando para o filho, depois tive a impressão de ele ter apontado para mim, piscou e fez um sinal de positivo para o filho como se dissesse “bom trabalho campeão”.
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- Nando -
Ai de novo essa sensação, minha cabeça gira parece que fui jogado em uma musica do Pink Floyd, posso até ouvir alguém cantando as perguntas ao fundo:
Hello?... Is there anybody in there?...”
Fogos de artifício estouram em algum lugar, posso velos cintilar por minhas pálpebras fechadas, a cada explosão minha cabeça dói, demora para perceber que isso está acontecendo dentro de minha cabeça.
─ Cara devo estar muito bêbado ─ murmuro, novamente minha ultima memória é de estarmos jogando um jogo de beber, e estou segurando um copo de alguma bebida.
Meu braço desliza na cama, sinto a presença de alguém deitado ao meu lado, abro os olhos de vagar, a parede parece se mexer sozinha, na verdade não só a parede, tudo gira, isso me causa náuseas, a visão focaliza sim, á alguém comigo ali.
─ Cara devo estar sonhando ─ minha mão direita se fecha em um seio, eu começo a abrir e fechar a mão como se estivesse brincando em uma buzina ─ FOM! FOM! ─ murmuro ─ cara devo estar bêbado & sonhando. ─ eu rio de mim mesmo como só uma pessoa alcoolizada faz, alguém pigarreia e ouço uma voz feminina falar.
─ Se você já acabou de brincar pode fazer o favor de tirar a mão do meu peito!
─ AH! ─ eu grito rolando da cama e caindo no chão, Daiane se levanta e senta-se na cama arrumando a alça do sutiã, eu olho incrédulo.
─ ISSO NUNCA ACONTECEU LUIS FERNANDO ─ ela grita me apontando o dedo ─ NADA ACONTECEU AQUI!
E sai do quarto, começo a seguir ela, no inicio com a intenção interrogá-la, mas então sinto o gosto da noite passada, e acabo no banheiro.        


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